A reexistência no pós-pandemia: considerações discursivas críticas sobre cidadania e tecnologia a partir das redes pragmáticas

Abstract

Com vistas a refletir sobre horizontes de transformação social possíveis, este texto reúne algumas considerações ontológicas, epistemológicas e metodológicas referentes ao trabalho crítico com a linguagem conectada à questão cidadã. Trata-se, pois, de um convite a dialogar sobre discurso e mobilização a partir dos Estudos Críticos do Discurso (RESENDE, 2008; PARDO, 2011; SANTOS, 2017; 2019). Nesta reflexão, trago algumas observações sobre o entendimento discursivo, por meio dos conceitos autorais da Aquilombagem Crítica (Santos, 2019; 2021) e das Redes Pragmáticas (SANTOS, 2017; 2019), e sua emergência em tempos de crise mediados por tecnologias digitais, novos espaços de embate pelo poder de forte influência na manutenção e no apagamento de existências sociais. Enfim, aponto o papel central do discurso para possíveis reexistências.

Notas em negrito: contribuições das epistemes afroperspectivistas contra os ruídos coloniais na produção de saberes no campo dos Estudos Críticos do Discurso

“…Ainda, aqui enfatizamos sobre a relevância social dos nossos trabalhos acadêmicos. Tomamos como exemplo de ação a proposta de Redes Pragmáticas (RP) de Santos (2017Santos ( , 2022: o que ancora a noção de redes é a conexão entre pares e o dialogo a fim da construção de grupos onde há possibilidade de mobilização e, por conseguinte, a mudança. Neste sentido, as redes pragmáticas podem ser entendidas como ações coletivas por meios sistematizados para alcançar mudanças a um grupo social oprimido.…”

“…Em segundo lugar, enfatizamos que, para fazermos uma interface metodológica com a afroperspectivatodavia, há um longo caminho de reformulação e é necessário um amplo mapeamento linguístico e discursivo para fazermos releituras dos efeitos de sentido das categorias analíticas já existentes e utilizadas em análises textualmente orientadas, como uso da gramática sistêmica funcional do linguista branco australiano Halliday, por exemplo, e buscarmos compreender os efeitos contra ideológicos ao invés dos ideológicos. Tomamos, então, como exemplo os discursos de resistência e reexistência (Souza, 2009(Souza, , 2011(Souza, , 2019Santos 2017Santos , 2022 que exprimem saberes, sendo estes parte de uma materialização do conhecimento corporificado nas práticas discursivas contemporâneas. Citamos os seguintes grupos de estudos e alguns de seus trabalhos vinculados que nos já dão pistas de recorrências comuns nos discursos de resistência e reexistência (tais pistas são observadas em nosso mapeamento inicia): NuGaL -Núcleo de Estudos de Gênero através da Linguagem, UFSC/Brasil, Coordenadora: Profa.…”

Letramento digital e educação pós-pandemia: oportunidades e desafios na formação continuada de professores

“…O letramento digital, no contexto pós-pandêmico, transcende a competência técnica no uso de dispositivos e softwares, consolidando-se como uma proficiência para navegar no mundo digital em constante evolução. O letramento digital abrange a capacidade de operar tecnologias, compreender informações online, discernir fontes confiáveis, colaborar em ambientes virtuais e cultivar uma consciência ética digital (SANTOS, 2022).…”