O presente artigo visa a delinear um olhar interpretativo acerca do projeto artístico Gallus Sapiens, do artista plástico Victor De La Rocque. Este projeto, em cada uma de suas três distintas partes, gera significados políticos, críticos e poéticos, além de sinalizar culturalidades de países não hegemônicos; fatores estruturais e políticos sobre condições de percepção; pedagogias incidentes; e diálogos politizados e politizantes para os diversos grupos sociais. Com o uso metodológico do interpretativismo de Clifford Geertz, problematizado pelas perspectivas Pós-Colonial e Decolonial de autores como Walter Mignolo, Homi Bhabha e Nestor García Canclini, também utiliza intelectuais do universo da filosofia, caso de Michel Foucault, Ernani Chaves e Jacques Rancière; outros da antropologia, caso de Arnd Schneider Christopher Wright, George Marcus e Victor Turner; e das artes visuais, caso de Roselee Goldberg, Beatriz de Medeiros e Orlando Maneschy. O projeto Gallus Sapiens, permeado por significados caóticos e conflituosos, é aqui, portanto, analisado sob a perspectiva do estar-junto em sua essência, atrelado aos caminhos e descaminhos de se viver em um mundo irregular, posto às margens dos centros geopolíticos, inclusive nacionais.