Parte-se da hipótese de que identidade narrativa e identidade feminina podem correlacionar-se em liame investigativo de base dinâmica e híbrida. Para tanto, utilizou-se a protagonista da obra epistolar Lady Susan de Jane Austen para exame e exemplificação. Conforme os documentos acessíveis, esse livro foi criado por volta dos anos de 1793 e 1795, num intervalo adolescente da autora, e nele se encontram características peculiares e inovadoras de sua prática como escritora. Em suma, primeiramente, uma recolha basal foi feita para breve exploração dos conceitos de pesquisadores como John Locke, Michel Foucault entre outros acerca da possível definição de identidade e identidade de gênero, para futura confrontação com os resultados encontrados no conceito de identidade narrativa, criado por Paul Ricoeur em Percurso do Reconhecimento (2006). Tal alicerce filosófico viabilizou a apuração da identidade narrativa feminina de Lady Susan, através de uma análise metalinguística; e para essa exploração, o corpus foi dividido em conjuntos de cartas, com perspectivas em confronto, para uma busca por amostras textuais, combinações narrativas, características itinerantes e as possibilidades temáticas, que esta personagem desponta nos distintos conceitos para identidade. A combinação dos resultados encontrados revelou uma identidade narrativa feminina particular, em temáticas relevantes, com considerável potencial queixoso.