Palavras-chave: Teoria Cr ıtica da Sociedade, formac ßão, ensino superior, deficiência visual, ledor.Esta pesquisa tratou da relac ßão entre estudantes com deficiência visual e ledores, profissionais respons aveis pela leitura. Objetivou-se compreender o relacionamento estabelecido entre esses indivíduos a partir da sala de aula no Ensino Superior. Especificamente, verificou-se como o aluno com deficiência visual vivencia o ledor atuando no acesso, percepc ßão e aquisic ßão do conhecimento dentro da sala de aula, bem como se analisou a possibilidade de formac ßão e autonomia para os envolvidos nesse processo, admitindo que existem subjetividades influenciando e influenciadas de ambas as partes (aluno e ledor). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com universit arios com deficiência visual total ou parcial, em que os t opicos abordados giravam em torno de sua vida familiar, escolar e a relac ßão com a atual instituic ßão de ensino, professores, colegas de sala e ledores. Para a interpretac ßão dos dados, foram definidas categorias com base nas an alises preliminares realizadas, bem como nos elementos emergentes nas entrevistas. O material coletado foi submetido a an alise qualitativa de seu conte udo, construindo-se categorias que condiziam com o objetivo proposto. Adotou-se a Teoria Crítica da Sociedade como referencial te orico, especialmente os escritos de T. W. Adorno sobre a autonomia. Os resultados apontam para a existên-cia de tensão entre dependência e autonomia. A relac ßão entre o aluno com deficiência visual e seu ledor, no Ensino Superior, pode ensejar o surgimento de experiências formativas que possibilitem a consciência crítica. Essa relac ßão depende do tempo de convivência, da empatia e do cotidiano que se estabelece entre os envolvidos.Neste trabalho, buscou-se compreender a relac ßão entre os alunos com deficiência visual matriculados no Ensino Superior e seus ledores, tendo como referencial a Teoria Cr ıtica da Sociedade, particularmente as contribuic ßões de Adorno e Horkheimer (Adorno, 1995; Adorno e Horkheimer, 1978;Horkheimer, 1976) O interesse na tem atica parte da experiência da pesquisadora como ledora durante quase dois anos em diferentes instituic ßões de ensino. A seguir, no intuito de se introduzir o tema da pesquisa e seus pontos de partida, esclarece-se a que se referem os termos aluno com deficiência visual e ledor neste artigo.Por aluno com deficiência visual no Ensino Superior entendeu-se ser o indiv ıduo matriculado neste n ıvel de ensino, com cegueira total ou parcial (tamb em conhecido como baixa visão), numa abordagem que recorre muito mais as possibilidades de uso da visão em sala de aula, do que do enquadramento em uma definic ßão estanque por vezes oriunda do modelo m edico e que tem se mostrado ineficaz dentro da Educac ßão brasileira.Ledor, um termo menos conhecido, a princ ıpio e de maneira simples, refere-se ao profissional respons avel pela leitura. Geralmente essa leitura e feita a partir de textos, imagens, do escrito na lousa (quadro do professor), entre...