O presente artigo representa uma primeira abordagem sobre a questão do "Estado neodesenvolvimentista" no Brasil em perspectiva histórica, mostrando como as principais interpretações em torno da fase recente estão inseridas no debate clássico entre uma visão "estatocêntrica" e as análises críticas do Estado. Para este fim, revisam-se diferentes leituras das encruzilhadas políticas brasileiras de 1930, 1964 e 1985, caracterizando o modelo socioeconômico "neo-desenvolvimentista" e a correlação de forças subjacente, evidenciando os pontos de contato com os debates tradicionais. Finalmente, busca-se defender o uso do termo neodesarrollista para a investigação do Estado no Brasil na fase recente, além de caracterizar sua crise atual como uma crise de hegemonia, sugerindo algumas linhas úteis de abordagem para o aprofundamento de seu estudo, combinando a dimensão nacional com a internacional.