A atribuição de cultura a primatas não humanos: a controvérsia e a busca por uma abordagem sintética

Abstract

A atribuição de cultura a primatas não humanos: a controvérsia e a busca por uma abordagem sintética São Paulo 2012

Possíveis aproximações entre Antropologia Simbólica de Clifford Geertz e a Terapia de Aceitação e Compromisso

“…De fato, não existe um consenso sobre o conceito de cultura nas Ciências Sociais, havendo definições diversas a depender da vertente antropológica que trabalha sobre o tema (Laraia, 1986(Laraia, /2001. Porém, de acordo com Pagnotta (2012), seria possível delimitar alguns pontos comumente ressaltados nas conceituações de cultura, como (a) o aspecto simbólico presente no comportamento humano, (b) as questões correlatas sobre significado e (c) a neces-sidade da aprendizagem cultural. Nesse sentido, a ênfase de Geertz sobre o estudo dos símbolos para compreensão do fenômeno cultural está inserida nos debates das Ciências Sociais e, assim, o diálogo com a Antropologia Simbólica possibilitaria um debate com essas áreas do conhecimento.…”

A controvérsia em torno da atribuição de cultura a animais não humanos: uma revisão crítica

“…Isso pode demandar uma reconstrução radical de fundamentos teóricos, epistemológicos e filosóficos que se estabeleceram há muito tempo na tradição científica ocidental, e pode também exigir uma reconstrução radical de crenças, compromissos, preconceitos e motivações individuais e coletivas. Uma versão mais extensa do argumento desenvolvido a seguir pode ser encontrada em Pagnotta (2012).…”

Existe ensino em macacos-prego (>i<Sapajus spp>/i<)? Análise do comportamento do macaco quebrador em eventos de quebra de coco com e sem audiência

“…Assim como há diferentes formas de definir o termo cultura (Pagnotta, 2012), há diferentes maneiras de se estudar e definir a aprendizagem social ), e, de maneira geral, podemos perceber duas principais abordagens: 1) entender a relação entre as capacidades cognitivas de humanos e não-humanos e 2) entender a contribuição da aprendizagem social para o sucesso adaptativo das espécies (Heyes & Galef, 1996). A busca por uma continuidade entre as habilidades cognitivas de animais humanos e não-humanos advém não apenas de um interesse biológico, mas também de uma visão antropocêntrica que por muito tempo traçou uma linha divisória entre humanos A quebra de cocos faz parte da rotina alimentar de algumas espécies de macacosprego, em que a casca do coco é rompida após uma sucessão de golpes desferidos no fruto com a utilização de pedras ou outros objetos rígidos (Resende, 2004).…”