Em uma sociedade cada vez mais globalizada, faz-se necessário repensar um ensino de Ciências que forme cidadãos críticos capazes de se apropriar do conhecimento científico para bem viver na sociedade e com o ambiente. Abordagens didáticas centradas no aluno como o ensino por investigação podem favorecer a aprendizagem e torná-lo protagonista na construção de seu próprio conhecimento. No entanto, formar professores capacitados para trabalhar o desenvolvimento da competência científica em sala não é uma tarefa fácil e exige tanto uma formação inicial específica quanto uma formação epistemológica e teórico-metodológica contínua. Neste trabalho, partimos do pressuposto de que a utilização de abordagens investigativas em disciplinas de conteúdo específico de Física pode estimular e capacitar os professores em formação inicial a incorporar esta abordagem à sua prática docente. Assim, buscou-se analisar qualitativamente as sequências didáticas baseadas em investigação que foram produzidas ao final de um semestre por uma turma de estudantes do curso de licenciatura em Física da Universidade Federal do Pará. Essa turma vivenciou na prática uma disciplina realizada inteiramente no formato da abordagem investigativa. Para a análise, utilizamos uma rubrica que propõe a categorização de sequências didáticas quanto ao grau de presença da abordagem investigativa. Os resultados apontam dificuldades de utilizar abordagens centradas no aluno, de compreender os aspectos teóricos básicos do ensino por investigação e, sobretudo, a dificuldade de romper com o paradigma tradicional de ensino.