Muito prevalente no Brasil, em especial nas regiões Norte e Nordeste, a anemia falciforme é uma patologia hereditária autossômica recessiva que acomete predominantemente afrodescendentes e possui manifestações clínicas variáveis, sendo a dor um dos sintomas mais referidos pelos portadores e principal motivo dos internamentos desta condição hematológica. A dor falcêmica ultrapassa a limitação física, comprometendo também os âmbitos sociais, psíquicos, laborais e econômicos daqueles que convivem com ela. A caracterização inexata desse sintoma, muitas vezes, dificulta a compreensão para o planejamento adequado do cuidado, trazendo prejuízos significativos no resultado da terapêutica e, consequentemente, na qualidade de vida do paciente. Sendo assim, tal estudo tem como objetivo compreender como a dor da anemia falciforme interfere biopsicossocialmente no cotidiano da classe trabalhadora que a possui. A metodologia utilizada é a revisão de literatura, através da análise de 21 artigos extraídos das bases de dados Medline, Pubmed e Scielo. Os resultados encontrados demonstram que o preconceito, a debilidade física, a piora nos sintomas de depressão, ansiedade e abuso de álcool, o desemprego, o estresse e a dificuldade de enfretamento da doença, são fatores consecutivos deste sintoma e das suas crises.Palavras-chave: Anemia falciforme. Doença falciforme. Dor. Qualidade de vida.