O puerpério é um período complexo, vivido e percebido de forma singular pela mulher, no qual a assistência profissional deve ser pautada no cuidado integral, fundamentado em seu contexto sociocultural. O objetivo deste estudo foi avaliar possíveis associações da 'prática do autocuidado' referida pela mulher com indicadores sociodemográficos e com as exigências propostas na Teoria de Orem (universais, de desenvolvimento e de desvio de saúde), no primeiro ano pós-parto. Trata-se de um estudo transversal, aninhado em uma coorte prospectiva, realizado em um município do sul do Brasil, tendo como amostra 310 puérperas. A coleta de dados foi feita mediante aplicação de um formulário semiestruturado, em visitas domiciliares. Na análise estatística foi utilizado o Teste Qui-quadrado (p<0,05). A 'prática do autocuidado' se associou aos seguintes itens: faixa etária (p=0,043); renda (p=0,045); apoio do governo (p=0,025); percepção do que é cuidar de si (p=0,042); ingestão de frutas (p=0,039); sono (p=0,005); práticas (p=0,039) e frequência do lazer (p=0,037); retorno aos estudos (p=0,036); autopercepção de doença depressiva (p=0,005); tipo de parto (p=0,038), laceração e/ou episiorrafia (p=0,046). Os resultados identificaram que a prática do autocuidado pela mulher sofreu influências de sua idade, disponibilidade de recursos financeiros e de alguns determinantes presentes nas três exigências da Teoria de Orem.