RESUMOAo longo dos últimos dez anos o curso de mestrado em enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) produziu muitas dissertações, produção que faz necessário conhecer de modo sistematizado, como um importante passo para o processo de avaliação do curso. O presente estudo identifica-se como uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa e consiste em uma análise documental das 195 dissertações defendidas no Curso de Mestrado da UFSC no período de janeiro de 1999 a janeiro de 2004. Para o registro dos dados foi elaborado um instrumento que identifica as variáveis de interesse. Os dados obtidos foram analisados através de medidas estatísticas (números absolutos e relativos). Os resultados nos demonstraram que, em sua maioria, as dissertações são de abordagem qualitativa, destacando-se a área tecnológica de cuidado à saúde. No estudo predominaram como sujeitos os membros da equipe de enfermagem. Entre as linhas de pesquisa destacaramse: o processo de viver; ser saudável e adoecer e Educação, Saúde e Enfermagem. Este estudo apresenta resultados da construção do conhecimento do Curso Mestrado em Enfermagem da UFSC, demonstrando a importância de se ter um panorama das produções realizadas por essa pós-graduação.Palavras-chave: Enfermagem. Avaliação. Educação.
INTRODUÇÃOA partir da criação dos primeiros programas de mestrado (1972) e doutorado (1981) a pós-graduação em Enfermagem no Brasil, vem-se buscando desenvolver a formação de mestres e doutores cuja competência resulte na construção de novos conhecimentos, sejam eles produtos ou processos, para o benefício da sociedade.(1) Esta produção apresentou um grande impulso na segunda metade do século passado, associado à criação e expansão destes cursos de pós-graduação stricto sensu, mas vinculados ao modelo biomédico, centrados nas especialidades e no paradigma positivista, reconhecidamente hegemônico na área da saúde, tendência que também é percebida na América Latina e na América do Norte. Não obstante, nas últimas décadas do século XX, especialmente no início da década de 90, houve uma sensível mudança nesse panorama, observando-se uma produção de conhecimento mais ligada à natureza subjetiva da enfermagem e alinhada ao paradigma naturalista emergente na ciência de modo geral.Essa capacidade investigativa da Enfermagem tem sido demonstrada pelas estratégias de organização da investigação, haja vista que a pesquisa, que começou junto aos programas de pós-graduação,