2020
DOI: 10.25091/s01013300202000030003
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A inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho num contexto de recessão

Abstract: Dossiê JuventuDe e trabalho ResumoO artigo descreve as mudanças nas condições de inserção dos jovens no mercado de trabalho associadas à abrupta mudança no cenário econômico a partir de 2015. Voltamo-nos a aspectos quantitativos relacionados a mudanças no (des)emprego e a qualitativos relacionados ao tipo de ocupação. Por fim, identificamos os determinantes para as mudanças citadas, analisando indicadores baseados em fluxos dos jovens entre diferentes estados do mercado de trabalho.

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“…Pelo lado da oferta, evidências empíricas sugerem que nos países em desenvolvimento é comum, em meio a uma crise econômica, os jovens deixarem de se qualificar para ingressarem na força de trabalho (Fallon e Lucas, 2002), caso verificado para o Brasil no período entre 1982 e 1999 (Duryea et al, 2007), mas não verificado durante a crise econômica do biênio 2015/2016 (Corseuil et al, 2020). Já nas nações desenvolvidas, esses indivíduos tendem a se afastar do mercado laboral durante períodos de recessão para se qualificarem (Barakat et al, 2010).…”
Section: Os Jovens No Mercado De Trabalhounclassified
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“…Pelo lado da oferta, evidências empíricas sugerem que nos países em desenvolvimento é comum, em meio a uma crise econômica, os jovens deixarem de se qualificar para ingressarem na força de trabalho (Fallon e Lucas, 2002), caso verificado para o Brasil no período entre 1982 e 1999 (Duryea et al, 2007), mas não verificado durante a crise econômica do biênio 2015/2016 (Corseuil et al, 2020). Já nas nações desenvolvidas, esses indivíduos tendem a se afastar do mercado laboral durante períodos de recessão para se qualificarem (Barakat et al, 2010).…”
Section: Os Jovens No Mercado De Trabalhounclassified
“…Durante a primeira década dos anos 2000, por sua vez, o maior crescimento econômico brasileiro teve impactos positivos sobre a taxa de ocupação desses trabalhadores, havendo, paralelamente, uma redução na participação desse grupo na força de trabalho (Baltar e Leone, 2015;Santos e Gimenez, 2015). Corseuil et al (2020) analisaram o mercado de trabalho brasileiro entre 2012 e 2019 e identificaram um forte aumento na taxa de desocupação juvenil durante a crise econômica de 2015 e 2016. Como a taxa de participação desse grupo se manteve em queda em quase todo o período, o aumento na taxa de desocupação foi atribuído à queda na ocupação.…”
Section: Os Jovens No Mercado De Trabalhounclassified
“…Apesar da reformulação do papel do Estado e da reestruturação produtiva, observada principalmente nos anos iniciais do século XXI, sendo uma das principais características que marcam esse período a estabilidade política e econômica, parece existir um movimento na literatura (JINKINGS, 2003, POCHMANN, 2004, FRIGOTTO, 2004PETTERS, 2008, ROCHA, 2008, ARAÚJO et. al., 2010, DEDECCA, 2015BATISTA, 2017, D'AGOSTINI;TITTON, 2019, CORSEUIL;POLOPONSKY;FRANCA, 2020, KWADO, 2020, KURNAZ, 2020 que evidencia que o crescimento econômico brasileiro produziu nítido efeito favorável na redução da pobreza absoluta, mas incerto e não previsível efeito sobre a distribuição da renda, sendo que, a população jovem se configura num público mais vulnerável frente às situações de vulnerabilidade social, como o desemprego, por exemplo.…”
Section: Introductionunclassified
“…Esse público, de maneira geral, mesmo quando se analisa vários recortes socioeconômicosnível de escolaridade, gênero, faixa etária -parece encontrar maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho, como aponta Corseuil, Poloponsky e Franca (2020), e, muitas vezes, ocupam as vagas de trabalho mais precárias, dado que os jovens tendem a sofrer mais com crises econômicas e com outras dificuldades, considerando que têm de competir, no mercado de trabalho, com indivíduos com maior experiência (ROCHA, 2008, CORSEUIL;POLOPONSKY;FRANCA, 2020, KURNAZ, 2020.…”
Section: Introductionunclassified
“…Daí porque me parece certeiro o diagnóstico de VeraTelles (2006) de que é um traço constitutivo da sociedade brasileira a "viração" -termo coloquial que define, nas palavras deAbílio (2014, p. 14), "a provisoriedade das ocupações que garantem a sobrevivência [...], os 'bicos' e as ocupações extremamente vulneráveis que estruturam a vida de muita gente". Sem vínculos trabalhistas, ou mesmo sem a garantia de obtê-los em um futuro próximo, o que importa para muitos brasileiros é "correr atrás", mantra que popularmente se diz representar o DNA do nosso povo.Essas dificuldades de inserção segura, estável e qualificada no mercado de trabalho amplificam-se em se tratando dos jovens, por um conjunto de razões bastante conhecidas pela literatura: inexperiência profissional, falta de capacitação e alta rotatividade estão entre algumas delas(CORSEUIL et al, 2014;REIS, 2015;CORSEUIL;FRANCA;POLOPONSKY, 2020). De modo geral, essas características se realimentam em um círculo vicioso, segundo a recessão econômica deflagrada nos últimos anos quase dobrou a taxa de desemprego juvenil, de 15,1% para 24,9% entre os primeiros trimestres de 2015 e 2017, respectivamente.Uma vez sem emprego, cresce a probabilidade de o jovem permanecer nessa condiçãoentre os desocupados no 2 o trimestre de 2018 (o período imediatamente anterior ao início das entrevistas), a probabilidade de permanecer desempregado era cerca de 51,0%.…”
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