“…As afetividades aqui reveladas são também qualificadas como marginais pelos afetos que provocam e/ou provocarão nas leitoras e nos leitores dos artigos Os trabalhos reunidos nesta seleção também atravessam reflexões que tratam, às vezes centralmente, às vezes de modo transversal, sobre atores/atrizes e dinâmicas dos mercados ilegais e dos grupos armados, mantendo, em grande parte, uma tradição compreensiva e, em alguns deles, etnográfica, com mirada no cotidiano de periferias e prisões em distintas realidades do país. Esforços coletivos empreendidos nos últimos anos para compreender os novos contornos, escalas e funcionamento de mercados ilegais em expansão, tais como drogas, armas, veículos e pessoas, têm jogado luz, especialmente, sobre as dimensões moral e econômica que os constituem e que regulam a atuação de facções e outros atores/atrizes criminais (Biondi, 2010;2018;Feltran, 2019;2022;Paiva, 2018;Rodrigues, 2019;2020;2021;Carvalho, Jara, Santos, 2023). Essa chamada para os afetos marginais, de que trata este dossiê, contribuiu para adensar observações já realizadas sobre o fenômeno desses mercados e apontar para a distinção, ao menos analítica, de tais dimensões que são também constitutivas das sociabilidades nas margens e desempenha papel importante na reprodução e expansão dos mercados ilegais, bem como das facções.…”