“…Assim, reconhecendo os limites de tradução entre um mesmo conceito, até mesmo o uso de uma mesma palavra que esteja enraizada em diferentes ritos e mitos culturalmente situados (Guimarães, 2017), atentamo-nos sempre a negociar os sentidos atribuídos a alguma palavra/imagem que emerge nos encontros de cuidado psicológico, quando começa a ganhar alguma centralidade no diálogo. Reconhecendo as diferenças inerentes a um encontro de cuidado interétnico, que busca construir ao longo da relação algum nível de compartilhamento de sentidos sobre experiências, muitas vezes, insabidas não só para a psicóloga como, em alguma dimensão, emerge aquilo que era insabido até de si/para si mesmo (Leão & Guimarães, 2021). Diante da grandiosidade daquilo que emerge no encontro, carregado de afetos, esse insabido (Guimarães, 2017;Leão & Guimarães, 2021), para a própria pessoa e para a psicóloga demanda um esforço criativo que emerge, primeiramente pela via estética-imagética, e, por vezes, é um recurso de linguagem privilegiado.…”