A obesidade induzida pela dieta é associada a inflamação de baixo grau persistente no hipotálamo a qual promove o desenvolvimento da resistência central a leptina. Esse processo inflamatório envolve a desregulação da via autofágica hipotalâmica comprometendo a dinâmica da ativação/inibição dos neurônios orexígenos AgRP (associados a sensação de fome) e anorexígenos POMC (associados a sensação de saciedade), desregulando a homesostase energética e predispondo ao ganho de peso. Estudos apontam que tanto o jejum intermitente (JI) quanto o exercício físico (EF) são capazes de modular proteínas inflamatórias hipotalâmicas e atuar na ativação/inibição de neuropeptídios; nesse sentido, é possível hipotetizar que a combinação dos protocolos (JI e EF) traria efeitos mais expressivos no reestabelecimento da sensibilidade hipotalâmica a leptina. Objetivo: investigar o efeito da associação do JI com o EF combinado nas vias inflamatória, da autofagia e da leptina no hipotálamo de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Metodologia: os camundongos foram divididos em 5 grupos: sendo dois controles: dieta padrão (DP) e dieta hiperlipídica (DH); e 3 grupos de intervenção: dieta hiperlipídica-treinados (DH-T), dieta hiperlipídica-jejum intermitente (DH-JI), e dieta hiperlipídica-jejum intermitente e treinados (DH-JIT). Os métodos utilizados foram: imuno-histoquímica, Immunoblotting, RTqPCR, ELISA e ITT, além das análises da massa corporal e ingestão alimentar. Principais resultados: comparado ao grupo DH, apenas os grupos que realizaram o JI apresentaram redução nas proteínas inflamatórias hipotalâmicas avaliadas e aumento na expressão de RNAm de POMC. Após estimulação intraperitoneal com leptina o grupo DH-JIT apresentou aumento da pSTAT3 no ARQ e VMH em comparação com os grupos DH, DH-T e DH-JI. As três intervenções apresentaram menor ingestão calórica e massa corporal quando comparadas ao grupo DH, sugerindo melhora no comportamento hiperfágico e resistência ao ganho de peso induzido pela dieta. Conclusão: nossos dados indicam que os efeitos benéficos da combinação do JI e EF na homeostase energética pode estar associada a melhora da sensibilidade à leptina no ARC e VMH, provavelmente se deve parcialmente à redução da SOCS3 hipotalâmica e melhora na resposta autofágica.