ResumoEste artigo discute a produção de subjetividade de pessoas que passaram por experiência de prisão, considerando os discursos midiáticos sobre a criminalidade. A pesquisa se justifica pela necessidade de pensar o trabalho da Psicologia junto à população encarcerada, colocando questões para os desafios que a complexidade do aprisionamento apresenta. A metodologia aplicada foi a roda de conversa realizada com um grupo voluntário de homens egressos do sistema prisional, na qual foram disparadores os conteúdos midiáticos escolhidos pelos participantes. Dentre os objetivos, buscou-se entender os efeitos subjetivos destes discursos nas pessoas que vivem esta realidade com seus desdobramentos penais e sociais, conhecer a maneira como resistem ou reproduzem valores e significados e, também, propiciar espaço de narrativas e de interação entre os participantes, valorizando o compartilhamento de opiniões e ideias. Analisamos os aspectos discutidos nas rodas de conversa que ora se relacionam com a reprodução da exclusão social, ora com crítica e resistência à identidade criminosa. Estas questões foram desenvolvidas em tópicos sobre a criminalização da pobreza e o resgate da cidadania que compreendem o conjunto dos temas debatidos e associados aos conteúdos midiáticos. Entendemos que a relação saber-poder que circula nos discursos, funcionando como um processo permanente de modelização da vida, é significativa na produção de subjetividade. E por fim, em contraponto a isso, concluímos sinalizando para práticas de liberdade exercitadas em espaços de reflexão e de narração de si, como modo de ruptura de identidades marginalizadas, resistência aos processos de exclusão social e possibilidade de criar diferentes caminhos.
Palavras-chaves:Criminalidade; Mídia; Produção de subjetividade; Práticas de liberdade.
ResumenEste artículo discute la producción de subjetividad de personas que pasaron por la experiencia de prisión, considerando los discursos mediáticos sobre la criminalidad. La investigación se justifica por la necesidad de pensar el trabajo de la Psicología junto la población encarcelada, planteando cuestiones para los desafíos que la complejidad del encarcelamiento presenta. La herramienta metodológica aplicada fue la rueda de conversación realizada con un grupo voluntario de hombres egresados del sistema penitenciario, en la que fueron disparadores los contenidos mediáticos escogidos por los participantes. Entre los objetivos se buscó entender los efectos subjetivos de esos discursos en las personas que viven esta realidad con sus desdoblamientos penales y sociales, conocer la manera en que se resisten o reproducen valores y significados y también propiciar espacio de narrativas y de interacción entre los participantes, valorizando el intercambio de opiniones e ideas.