2016
DOI: 10.1590/s2178-14942016000300003
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Trabalhadores negros e o "paradigma da ausência": contribuições à História Social do Trabalho no Brasil

Abstract: Resumo O artigo reabre o debate em torno do "paradigma da ausência" na produção historiográfica dos mundos do trabalho. Os historiadores que analisaram os trabalhadores pobres e o movimento operário raramente dialogaram com especialistas em escravidão. Mesmo quando investigam o século XX, pouco incluem sujeitos negros - mulheres, crianças, homens - em suas pesquisas. Foram os especialistas em escravidão e pós-abolição os que mais avançaram em direção ao debate e contribuíram para a visibilidade desses sujeitos… Show more

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“…O trabalhador rural José Machado era negro. Mobilizados pelas questões propostas por Álvaro Nascimento (2016), empreendemos a tentativa de apresentar a questão identitária negra na estrutura argumentativa do periódico. Dois dos três presidentes da ULTAB eram negros: Geraldo Tiburcio e Lyndolpho Silva.…”
Section: "Livros Para Você"unclassified
“…O trabalhador rural José Machado era negro. Mobilizados pelas questões propostas por Álvaro Nascimento (2016), empreendemos a tentativa de apresentar a questão identitária negra na estrutura argumentativa do periódico. Dois dos três presidentes da ULTAB eram negros: Geraldo Tiburcio e Lyndolpho Silva.…”
Section: "Livros Para Você"unclassified
“…No campo da historiografia brasileira, a destacar o ramo preocupado com a discussão do trabalho, se propõe a denúncia de um "paradigma da ausência" na repercussão dos assuntos relativos à cor de trabalhadores na reprodução da vida social do Brasil do período pós-abolição. Essa construção pode ser muito bem percebida pelas contribuições de historiadores como Sidney Chalhoub (2009) e Álvaro Nascimento (2016). A leitura se preocupa com o apagamento de corpos negros na constituição da produção historiográfica brasileira e propõe alternativas interessantes para a discussão, como a inserção da opção decolonial enquanto dado profícuo para subversão teórica desse "problema", crítica demarcada principalmente na análise de Nascimento. Essa realidade não parece muito distante das discussões que permeiam a Geografia, sobretudo a que se debruça acerca da dimensão da vida urbana, quase sempre amparada por uma leitura embranquecida e muitas vezes distante da realidade de países do Sul Global, como admitido inclusive pelo filósofo francês Henri Lefebvre (2008), quase sempre uma referência fundamental (com justiça) das discussões que envolvem a problemática da produção do espaço urbano.…”
Section: Introductionunclassified
“…A estrutura argumentativa se inclina a pensar sobre quatro questões indispensáveis, que sequencialmente contribuem para a organização da escrita e do alinhamento teórico do trabalho: 1) a concepção de ausência enquanto paradigma, proposta que aqui estará mais próxima da leitura do historiador Álvaro Nascimento(2016) no texto Trabalhadores negros e o "paradigma da ausência": contribuições à história social do trabalho no Brasil , além das contribuições de Boaventura de Sousa Santos (2007) em sua "Sociologia das Ausências", postulado teórico disposto a subverter uma "razão indolente" característica da geopolítica do conhecimento que privilegia certos lugares de enunciação, cores e corpos e está marcada pela ciência geográfica preocupada com a produção do espaço urbano. Essa dimensão será associada à potente proposta de Ramón Grosfoguel (2013) no texto A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI no qual reconhece uma "perspectiva mais longa" como referência de apagamentos históricos de corpos e mentes.…”
Section: Introductionunclassified
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“…O GTMT não é o único espaço a abrigar pesquisadores que se interessam pelos estudos do trabalho e dos trabalhadores juridicamente livres ou escravizados. Nossa escolha se dá, entre outras razões, porque é neste âmbito, sobretudo, que se tem desenvolvido esforço sistemático de enfrentamento das questões levantadas em 1998 pelo artigo de Lara e retomado em outros artigos de balanço de membros do próprio GT (Negro;Gomes, 2006;Chalhoub;Nascimento, 2016).…”
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