“…Indicativos de respostas de tais questionamentos devem considerar a influência do supracitado historiador inglês E. P. Thompson, que forneceu elementos para junção do contexto de época à ampliação das noções de sujeitos e de espaços de atuação política. De acordo com Fortes (2016), […] se as formulações mais conhecidas de Thompson são ainda hoje identificadas como síntese das mudanças ocorridas nos estudos do trabalho no Brasil a partir dos anos 1980, é necessário vê-las como a ponta de um iceberg, e entender que sua recepção e impacto não podem ser compreendidos fora dos contextos que procuramos esboçar [....]. A circulação e a apropriação desse conjunto de referências possibilitou, em primeiro lugar, a superação de paradigmas teleológicos e vanguardistas, tanto vinculados à teoria da modernização (com foco na adaptação do trabalhador vindo de um mundo "tradicional" ao universo urbano-industrial) quanto na vertente leninista (baseada na memória seletiva de movimentos militantes "exemplares", na denúncia da "falsa consciência" das massas operárias e na instrumentalização da história do movimento operário para a luta política) (FORTES, 2016, p. 592).…”