Cultivares de milho e de gramíneas forrageiras sob monocultivo e consorciação

Abstract

A pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de cultivares de milho e de espécies forrageiras (Brachiaria brizantha e Panicum maximum), em cultivos solteiro e consorciado. O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, em esquema fatorial 3x4 + 7, com quatro repetições. O primeiro fator foi constituído por três cultivares de milho (variedade AL Bandeirantes, híbrido duplo AG 2040 e híbrido triplo Pioneer 30F87) e o segundo por quatro cultivares forrageiras (Marandu e Xaraés, de B. brizantha, e Tanzânia e Mombaça, de P. maximum). Os sete tratamentos adicionais corresponderam aos respectivos monocultivos das cultivares testadas. A semeadura do milho foi realizada no espaçamento de 1,0 m entre fileiras e as forrageiras foram semeadas a lanço, em semeadura simultânea ao milho. Observou-se que o híbrido Pioneer 30F87 foi o mais produtivo, tanto em consórcio quanto sob monocultivo. O milho interferiu nos ganhos de massa seca das forrageiras, quando comparadas aos cultivos solteiros. Entre as forrageiras estabelecidas sob consórcio, as cultivares de P. maximum foram as mais produtivas, enquanto a cultivar Mombaça destacou-se com a maior massa seca produzida em monocultivo.

Produtividade de milho solteiro e consorciado com Urochloa brizantha em dois espaçamentos de plantio no sudeste de Goiás

“…A altura das plantas de milho foi semelhante nos sistemas de cultivo e nos diferentes espaçamentos de plantio (Tabela 1). A ausência de interferência da forrageira sobre a altura das plantas de milho também foi relatada em outros trabalhos (Borghi et al, 2006;Jakelaitis et al, 2010;Borghi et al, 2012). Este fato pode estar relacionado ao rápido crescimento inicial do milho em relação à forrageira, concordando com as observações de Sereia et al (2012).…”

“…Os resultados podem ser explicados pelo lento desenvolvimento inicial da forrageira, sem comprometer as características morfológicas do milho. Jakelaitis et al (2010) não encontraram diferenças para altura da espiga dos materiais de milho acerca dos sistemas de cultivo, embora houvesse diferenças entre eles. Isto reforça a influencia da própria genética dos materiais de milho na definição do porte das plantas.…”

“…Pariz et al (2009) comentam que a competição do milho com as plantas forrageiras pode comprometer a translocação de fotoassimilados para os grãos, produzindo grãos mais leves. No entanto, há casos em que a forrageira não interferiu na massa de 100 grãos, como observado por Jakelaitis et al (2010), Borghi et al (2012) e Garcia et al (2013). Ressalva-se a importância de considerar na cultura do milho quando em consórcio com forrageiras, principalmente a especificidade dos materiais de milho, no tocante às exigências nutricionais e características da arquitetura das plantas.…”

“…Considerando as possíveis diferenças entre os ambientes de produção e da variabilidade dos materiais de milho, o sucesso dos sistemas integrados, está atrelado a vários fatores no que tange a compatibilidade das espécies: fertilidade do solo, ocorrência de plantas daninhas, competição entre as espécies consorciadas, modalidade de consorciação e espaçamento de plantio da cultura granífera, aspectos estes que podem influenciar o estabelecimento da forrageira e, principalmente a produtividade de grãos (Jakelaitis et al, 2005;Borghi e Crusciol, 2007;Balbinot Júnior et al, 2009;Jakelaitis et al, 2010).…”

“…Embora, existam vários estudos que suportam a viabilidade agronômica do consórcio com forrageiras no Brasil (Pariz et al, 2009;Jakelaitis et al, 2010;Oliveira et al, 2011;Borghi et al, 2012;Garcia et al, 2013), ainda são necessárias informações desse sistema em nível regional. Tais resultados servem de subsídio aos produtores na tomada de decisão quanto à adoção ao cultivo de milho em consórcio com forrageiras.…”