Análise de peroleiras e cachimbos cerâmicos provenientes de escavações arqueológicas

Abstract

Este artigo apresenta os resultados da análise de fragmentos de peroleiras e cachimbos cerâmicos, oriundos de escavações arqueológicas realizadas na região compreendida entre os rios Macacu e Caceribu, no estado do Rio de Janeiro, utilizando as técnicas de Fluorescência de Raios X (XRF), Microscopia Eletrônica de Varredura, com Espectroscopia por Dispersão em Energia (SEM-EDS) e estatística multivariada. Algumas peroleiras provenientes do naufrágio do galeão Santíssimo Sacramento, que ocorreu no litoral da Bahia em 1688, foram igualmente analisadas, e os resultados comparados com aqueles obtidos para os fragmentos encontrados no Rio de Janeiro. Nesse contexto, é proposta uma metodologia de análise para artefatos cerâmicos que possa auxiliar não somente a sua caracterização, como também fornecer suporte para a construção de interpretações concernentes à produção e à utilização desses objetos.

Variabilidade decorativa na cerâmica paulista colonial: influências e resistências

“…Os artesãos devem ser vistos como agentes ativos em uma sociedade colonizada que, apesar de serem oprimidos e colocados para trabalhos forçados, sua produção e sua cultura encontraram uma forma de mudar o colonizador. Cerâmica tradicionalmente portuguesa é incomum, e quando encontrada, normalmente é em contextos de cidades mais intimamente ligadas ao comércio com Portugal, como é o caso de Salvador (Etchevarne 2006) e Rio de Janeiro (Calza et al 2013), e o que se torna mais recorrente no registro arqueológico é essa combinação de práticas. Como esses motivos não desaparecem em períodos cronologicamente mais recentes, é possível compreender que os portugueses também foram mudados nesse processo de colonização, especialmente quando se ocupa uma região com poucos recursos e que é majoritariamente ocupada por indígenas.…”