O artigo analisa as abordagens de jornais de São Paulo sobre os concursos “Cientistas de Amanhã”, no período de 1957 a 1963. Busca-se, compreender seus objetivos e representações para o movimento de renovação do ensino das ciências na segunda metade do século XX. Os certames foram promovidos pelo Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura, Seção São Paulo (IBECC/SP) com o patrocínio de empresas privadas e órgãos públicos educacionais. Para este estudo, foram analisadas 22 reportagens publicadas nos jornais Correio Paulistano e Diário da Noite. Trata-se, portanto, de um estudo histórico documental, com base na Nova História Cultural, seguindo o uso da imprensa como fontes para a História da Educação. Nos textos publicados nos jornais, constatou-se como a imprensa agiu diretamente no cotidiano dos concursos, à medida que se sedimentava uma divulgação científica de representação da ciência feita por grandes gênios, elitista, salvacionista e triunfalista. Por outro lado, divulgava que as edições do “Cientistas de Amanhã” estavam propagando mudanças nas práticas pedagógicas dos professores e alunos da escola secundária, destacando o ensino de ciências pela experimentação e o método científico no trabalho docente.