Interfaces entre a educação permanente e a educação interprofissional em saúde

Abstract

RESUMO Ensaio teórico de cunho reflexivo elaborado com base na literatura nacional e internacional, com o objetivo de analisar as interfaces e distinções histórico-conceituais entre Educação Permanente em Saúde e Educação Interprofissional em Saúde. No cenário internacional, ocorreram movimentos educacionais voltados para trabalhadores de saúde com destaque para os estímulos da Organização Pan-Americana de Saúde. No Brasil, ambas as propostas ressaltam o compromisso com a qualidade das práticas no Sistema Único de Saúde, centradas nas necessidades de saúde com enfoques que se aproximam. A Educação Permanente em Saúde, comprometida com a formação no trabalho para a transformação do processo de trabalho, tem em vista o cuidado integral e a Educação Interprofissional em Saúde com o aprendizado interativo compartilhado de competências colaborativas para o efetivo trabalho em equipe, orientado pela colaboração interprofissional. Ambas visam à qualificação das práticas de saúde por meio da educação de trabalhadores em coletivos, mas é fundamental a distinção dos referenciais teórico-conceituais e metodológicos que as sustentam.

A importância do desenvolvimento da prática interprofissional na formação do profissional da nutrição: uma revisão narrativa

“…A consolidação das práticas interprofissionais e colaborativas em saúde, para os autores analisados deve ser o ponto de partida na formação dos profissionais de saúde na atualidade (Silva et al, 2015;Frenck et al, 2010;Moura, Rosa e Massena, 2021). Desta forma, à medida que as propostas disruptivas da EIP passam a ser integradas dentro dos projetos políticos pedagógicos, os professores também são inseridos dentro desse processo ensino-aprendizagem em um movimento que visa à amplificação dos conhecimentos sobre as teorias, práticas e a vivência interprofissional (Ogata et al, 2021). Além do mais, essa fusão de saberes, corrobora gradativamente, na consolidação de uma cultura articuladora de múltiplas camadas embutidas nos processos saúde-doença-cuidado (Moraes et al, 2020).…”

Percepções de docentes e estudantes sobre a educação interprofissional em um Curso de graduação em Fisioterapia

“…A ampliação da EIP nos currículos da graduação busca promover o desenvolvimento da colaboração interprofissional, por meio do aprendizado e do trabalho em equipe, com fortalecimento da ideia de que se deve aprender na interação com o outro para trabalhar em equipe, a fim de tornar mais resolutivo o cuidado para as pessoas e a comunidade, conforme as necessidades em saúde (Ogata et al, 2021).…”

“…A EIP é uma estratégia conceitual e metodológica que surge para romper com o modelo tradicional de formação dos profissionais da área da saúde e formar profissionais com um olhar mais amplo e integral quanto à saúde (Ogata et al, 2021).…”

“…A EIP favorece a construção de conhecimento por meio do engajamento e da participação de diversos cursos da saúde com o objetivo de efetivar a integralidade do cuidado ao proporcionar uma atenção à saúde de qualidade, uma vez que a formação interprofissional estimula a participação e a comunicação (Ogata et al, 2021). A EIP também encoraja os estudantes a buscarem meios inovadores para o cuidado em saúde e estimula o crescimento profissional e coletivo, formando profissionais mais hábeis, críticos, reflexivos e humanistas (Casanova, Batista & Moreno;2018).…”

Partnership between academia and service: Challenges of agreements

“…Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), nos anos 90, o Brasil sofreu fortes mudanças na área da saúde, com a incorporação de princípios e diretrizes contra hegemônicos estabelecidos na política de saúde (Vendrusculo et al, 2016). A substituição por um sistema universal e equânime, com a valorização da integralidade e cuidado humanizado, demandou necessidade de mudança no perfil de formação e da prática dos profissionais de saúde (Ogata et al, 2021).…”