“…3 Na antropologia do desenvolvimento, a literatura mais teórica tem se baseado quase inteiramente na experiência empírica de organismos multilaterais e doadores do chamado norte global. As principais propostas têm ido no sentido de perspectivas foucaultianas enfatizando noções de discurso, governamentalidade e tecnologias de governo (por exemplo, Escobar, 2001;Ferguson, 1994;Li, 2007;Silva, 2012), e abordagens centradas-nos-atores destacando noções de redes, mediadores e projetos (por exemplo, Bierschenk; Chauveneau; Olivier de Sardan, 2000; Mosse, 2005; Letícia Cesarino Mosse, 2006;Rottenburg, 2009). Essas e outras correntes recortam analiticamente (ou, como se diz com frequência, reduzem) realidades que sempre parecem mais complexas quando vistas da escala do trabalho de campo.…”