A anestesia local é comumente utilizada na odontologia para realização de procedimentos que envolvem dor. Os anestésicos locais atualmente disponíveis são pertencentes ao grupo amida e atuam bloqueando, temporariamente, a passagem de impulso nervoso. A articaína, apesar de ser um anestésico relativamente novo em relação aos demais, vem sendo amplamente utilizada, mostrando diversos benefícios clínicos; contudo, é um fármaco comumente associado a episódios de parestesia não cirúrgica. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura acerca da utilização da articaína na odontologia, destacando suas características clínicas e moleculares e as possíveis complicações decorrentes do seu uso. O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos e livros sobre o tema, buscando conhecer as supostas vantagens e desvantagens do uso da articaína nos procedimentos odontológicos. Em relação às vantagens, apresenta alta capacidade de difusão para o interior da célula nervosa, o que possibilita altas taxas de sucesso e curto tempo de latência, além de curto tempo de meia-vida e duração de ação mais prolongada, em comparação com os demais anestésicos locais. No que se refere às supostas desvantagens, a articaína tem sido comumente associada a um risco aumentado de parestesia não cirúrgica, provavelmente por conta da maior concentração em que é comercializada, a 4%. Entretanto, não existem evidências suficientes para confirmar esta relação e nem para refutar. Foi possível concluir que a articaína é um anestésico local efetivo e seguro para uso na clínica odontológica, apresentando algumas vantagens sobre outros anestésicos locais comumente utilizados.