“…Neste evento, inicialmente, epidemiológicos as crianças e os adolescentes são, potencialmente, menos atingidos pela doença do que outros segmentos sociais, o que, aparentemente os coloca em vantagem em relação aos demais grupos, no entanto, a luta pela conquista e efetivação de direitos da criança e do adolescentes são uma constante no quadro político e cultural contemporâneo e com a pandemia, que afeta a todos, não se podem imaginar que esta polução passaria incólume por esta pandemia, como já previa Guizzo, Marcelo e Müller, (...) no atual contexto, importa menos comemorar de forma celebratória o aniversário do ECA e sim, colocar em perspectiva os avanços até então por ele prometidos -seja por meio da avaliação dos tensionamentos e obstáculos em direção à garantia de uma série de direitos da criança e do adolescente, seja pela consideração do desafio inescapável que hoje, maio de 2020, enfrentamos: uma nova pandemia causada por um vírus pouco conhecido, agressivo e que coloca em risco a vida de milhares de pessoas. (Guizzo, Marcello, and Müller 2020) Se por um lado, dentre os grupos sociais, crianças e adolescentes são os menos vulneráveis à doença, por outro, são aqueles que mais diretamente sofrem suas consequências sociais, afinal, são esses, que quanto mais empobrecidos e vulnerablizados, mais vivem à mercê das expressões da questão social, assim, isolamento, a falta de educação, de saúde adequada, de trabalho e emprego, a falta de moradia e de oportunidades para as famílias como um todo empurra essas crianças e essas juventudes a espaços de violação já conhecidos como a violência sexual, o trabalho infantil, a violência doméstica, à drogadição e outras tantas outras formas de violências e violações.…”