O ensino secundário centrado nas artes: percepções de jovens do norte de Portugal

Abstract

Resumo Este artigo desenvolve uma reflexão sobre as mediações entre os mundos juvenil e escolar, a partir das percepções de estudantes do norte de Portugal acerca da sua formação. O foco recai sobre o ensino secundário realizado no contexto da vertente artística especializada, uma das ofertas disponíveis para os jovens portugueses que, desde 2009, devem obrigatoriamente frequentar tal ciclo de estudos. A investigação se debruça sobre os desafios do ensino secundário e a exigência da integração juvenil no seu contexto, ao passo em que problematiza, a partir do olhar juvenil, a resposta do ensino artístico especializado a elementos de ordem social, cognitiva, cívica e profissional que são intrínsecos à formação escolar. A fim de atingir os objetivos propostos, foram realizadas seis entrevistas de tipo biográfico, com estudantes dos três anos do ensino secundário artístico especializado de uma instituição do Porto. Os jovens tinham idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos e as entrevistas fazem uma exploração de sua trajetória educacional com a finalidade de situar biograficamente os sentidos que se atribuem à frequência da via artística especializada no ensino secundário. A análise dos dados foi realizada a partir de uma abordagem narrativa, com o auxílio das técnicas da análise de conteúdo. Os resultados apontam para uma valorização do processo educativo por parte dos alunos em que sobressai a importância de dinâmicas escolares que viabilizam a desconstrução de sistemas hierárquicos, numa aposta veiculada pela informalidade e a inovação, sentidos corroborados por um espírito de diversidade e diálogo social.

Reconceptualizing Expressive Arts Education in Portugal through a Biographical Narrative Approach

“…In short, Rosa do Mar's biographical narrative reveals three constituent dimensions: people, unveiling how she seduces people and is seduced by people; places, in which she participates and manages through her agency; and the senses she attributes by managing knowledge and events. Such dimensions of analysis are not explored exhaustively in the narrative, but they enhance the production of knowledge in this area [33]. There is an urgent need to promote research in education and in art education through biographical and narrative methods, which are complex pedagogical processes, promoting a relationship close to scientific knowledge to a pedagogical-didactic formation in a multidisciplinary education [17], that problematize life stories as knowledge-producing systems [18,33].…”

“…Such dimensions of analysis are not explored exhaustively in the narrative, but they enhance the production of knowledge in this area [33]. There is an urgent need to promote research in education and in art education through biographical and narrative methods, which are complex pedagogical processes, promoting a relationship close to scientific knowledge to a pedagogical-didactic formation in a multidisciplinary education [17], that problematize life stories as knowledge-producing systems [18,33]. The convergence of knowledge produced from artistic expressivity experiences in school, framed by education and everyday life experiences, makes our idea of "how to do art education" possible.…”

“…After that, we were able to create biographical narratives as research texts and to start the analysis. We reached a dimensional system that seeks to account for different dimensions narrated, organizing them into a framework of dimensions and subdimensions that were valued in relation to the study's conceptual problematization [33]. The analytical model for this paper comprises three different emerging dimensions: seducing people, agencying places, and governing senses.…”

“…As stated by Thomas Dotta and Lopes [32], the process of analysis resulted from a process of narrative thinking, imagining the phenomenon to be investigated as a three-dimensional living space and as a conceptual structure of data analysis. Narrating, therefore, is always an act of experience [33].…”