Fenomenologia e fenomenismo em Husserl e Mach

Abstract

resumoComo conciliar as repetidas críticas ao fenomenismo de Mach, um pouco por toda a obra de Husserl, com o papel proeminente que Husserl parece nele reconhecer em seus últimos trabalhos, quanto à gêne-se de sua própria fenomenologia? Para responder a essa questão, examinaremos, primeiramente, a relação estreita que Husserl estabelece entre o método fenomenológico e o descritivismo de Mach à luz do debate que opõe nativismo e empirismo sobre a origem da percepção do espaço. Em seguida, examinaremos dois aspectos da crítica que Husserl faz ao positivismo de Mach: o primeiro se refere ao fenomenismo e sua doutrina dos elementos, enquanto o segundo, ao princípio de economia de pensamento, que Husserl associa a uma forma de psicologismo em Prolegômenos. A hipótese que nos guiará nesse estudo é que as opiniões aparentemente contraditórias de Husserl sobre o positivismo de Mach se explicam em parte pelo estatuto duplo que a fenomenologia recebe em seus últimos trabalhos: enquanto programa filosófico, ela se opõe explicitamente ao positivismo; enquanto método, ela se aparenta ao descritivismo de Mach. Concluiremos com a ideia de que esses dois filósofos de origem checa perseguiam o objetivo comum de apreender o sentido originário de positividade.Palavras-chave • Fenomenologia. Positivismo. Fenomenismo. Descritivismo. Husserl. Mach. IntroduçãoNo início de suas conferências de Amsterdam, de 1928, Husserl observa que sua fenomenologia pode ser compreendida como "uma certa radicalização de um método fenomenológico desenvolvido e praticado já anteriormente por certos pesquisadores das ciências da natureza e certos psicólogos" (1962, p. 302). Husserl indica neste mesmo trecho alguns Naturforscher (cientistas) que teriam praticado o método fenomenológico, Ernst Mach e seu colega de Praga Ewald Hering, e um psicólogo chamado Franz Brentano. A dívida de Husserl no que diz respeito a Brentano e sua psicologia descritiva é relativamente bem conhecida, mas não se passa o mesmo com sua relação com Hering e, sobretudo, com Mach, a quem associamos mais ao positivismo do que à tradição fenomenológica. Mas outras passagens na obra de Husserl corroboram a observação das conferências de Amsterdam sobre a origem do método fenomenológico em scientiae zudia, São Paulo, v. 7, n. 4, p. 535-76, 2009 535 artigos

Kuhnian Analysis of Why, even after Euler’s Contributions, the Fundamental Principle of Motion is still “Newton’s Second Law”

“…At the end of the 19th century, Mach presented his criticisms of Newtonian work and his positivist view of science, making great use of the Principle of the Economy of Thought, which argues that laws and theories should be used to save the scientist's time (Fitas, 1998). According to this principle, a good scientific theory must be written by mathematical formulations, without any relation with the senses, with the causal explanation of the phenomena, or with nature itself (Fisette, 2009). For Mach, every general principle involves an economy of thought, and, in fact, this is the basis of science 10 , which is why in The Science of Mechanics, Mach commented (1919, p. 467) on Lagrange's massive contribution to the Principle of the Economy, by incorporating in his work many possible concepts in a single formula.…”

A Reductionist Reading of Husserl's Phenomenology by Mach's Descriptivism and Phenomenalism

“…Husserl distinguished himself from Mach's phenomenalism flatly [24], [25], [26,27], [28,29]. What is the essential difference between Mach's and Husserl's "phenomenon"?…”