Caracterização florística e fitofisionômica da Serra do Condado, Minas Gerais, Brasil

Abstract

O complexo serrano do Espinhaço Sul é ainda floristicamente desconhecido e a conservação destas serras está ameaçada em função de sua exclusiva riqueza mineral. A Serra do Condado, localizada no município de Serro, MG (18° 37' 30" S e 43° 22' 30" W) é um bom exemplo de como as atividades de mineração estão distantes da conservação destes ecossitemas e por tal razão o presente estudo teve como objetivo a caracterização florística e fitofisionômica desta serra. As campanhas de campo foram quinzenais e ocorreram entre os meses de maio/2006 a maio/2007. Foram coletados apenas os materiais botânicos em estágio fenológico reprodutivo. Os mesmos foram incorporados aos acervos dos herbários CESJ, RB e ESAL. O valor em área de cada fisionomia na constituição da paisagem foi feito através do software ArGis 9.0 e a similaridade florística entre as fisionomias foi realizada mediante cálculo do índice de Sørensen. Na área estudada foram encontradas Florestas Estacionais Semideciduais Montanas, Matas Ciliares, Brejos e Vegetação Arbustivo-Lenhosa sobre Canga. A floresta semidecídua montana corresponde a 80% da vegetação local, apresentando 426 espécies (391 exclusivas) distribuídas em 83 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae (40), Asteraceae (30) e Myrtaceae (30). A floresta ciliar é pouco representativa, cobrindo 5% da área florestada. Nessa formação foram encontradas 74 espécies (54 exclusivas) pertencentes a 28 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae (sete), Piperaceae (quatro) e Annonaceae (três). Os brejos, devido a perturbações antrópicas, cobrem apenas 2% da área. Por fatores como a saturação hídrica constante essa fitofisionomia apresentou o maior número de espécies exclusivas, 18 das 19 encontradas, sendo Cyperaceae e Melastomataceae (cinco) as famílias mais ricas. A Vegetação arbustivo-lenhosa sobre canga cobre 13% da área. Nela foram encontradas 94 espécies (74 exclusivas), distribuídas em 29 famílias. Asteraceae (nove), Orchidaceae (sete) e Bromeliaceae (cinco) destacaram-se pela riqueza de espécies nessa fisionomia. A flora da Serra do Condado foi diferenciada entre seus hábitats (fitofisionomias), pois os valores obtidos para o índice de Sørensen foram inferiores a 10% em todas as comparações. Isso demonstra o quanto estudo florísticos são fundamentais para o conhecimento da vegetação de áreas extensas geograficamente e diversas biologicamente. A variedade de ambientes apresentados e a riqueza da flora associada às suas formações agregam valor de conservação e manutenção da flora dos complexos serranos do Espinhaço Sul de Minas Gerais.

Checklist of the flora in ironstone outcrops at the Urucum Plateau, Corumbá, Mato Grosso do Sul

“…Sørensen's similarity estimates found between the areas were low, with values below 0.5, which corroborates other studies indicating high beta diversity for these phytophysiognomies (Mourão & Stehmann 2007, Jacobi & Carmo 2008b, Pifano et al 2010, Messias et al 2012. The areas of Pantanal Park Road and Band'alta farm are the closest to each other, which justifies the highest similarity found.…”

“…The high proportion of herbaceous and arboreal-shrub species is explained by the representativeness of the families Fabaceae and Poaceae, similar to the results found for other plant communities in ferruginous outcrops in Brazil (Mourão & Stehmann 2007, Viana & Lombardi 2007, Pifano et al 2010, Jacobi & Carmo 2011, Carmo & Jacobi 2013, Skirycz et al 2014). On the other hand, the family Asteraceae, that is well represented in ironstone outcrops of other regions of the country (Mourão & Stehmann 2007, Viana & Lombardi 2007, Pifano et al 2010, Ataíde et al 2011, presented low species richness in the studied region. According to Rizzini (1997), the cangas are hardened ferrous formations and therefore have discontinuous vegetation and are typically covered by very specialized herbaceous vegetation, while on its edge woody species remain.…”

“…Thus, this study added 59 new occurrences of species of angiosperms to the ironstone outcrops flora in the Urucum Plateau. The high richness of species found, similar to other ferruginous outcrops areas (Jacobi et al 2007, Mourão & Stehmann 2007, Viana & Lombardi 2007, Pifano et al 2010, Jacobi & Carmo 2008b, Jacobi & Carmo 2011, Carmo & Jacobi 2013, Skirycz et al 2014, may be related to the proximity of seasonal forest patches bordering these formations, and related to the existence of cavities that allow the accumulation of soil and water pools, resulting in microhabitats that enable a variety of plant associations (Jacobi & Carmo 2008a, Takahasi & Meirelles 2014.…”

“…These habitats are among the most threatened and least studied in Brazil respectively due to their association with iron ore deposits with high quality and the difficulty of access (Jacobi & Carmo 2008a). Studies on ironstone outcrops flora are recent and concentrated largely on the Iron Quadrangle, in the state of Minas Gerais (Mourão & Stehmann 2007, Viana & Lombardi 2007, Pifano et al 2010, Ataíde et al 2011, Carmo & Jacobi 2013. The results obtained by those studies indicate that ironstone outcrops harbor a large number of plant species, contributing to the increase of the alpha diversity of the regions where they occur (Jacobi & Carmo 2008a).…”

<p class="HeadingRunIn"><strong>Brazilian plants urgently needing conservation: the case of <em>Vriesea minarum</em> (Bromeliaceae)</strong></p>

“…The occurrence of V. minarum in São Paulo state as listed by Mamede et al (2007), should be considered a misidentification because the only specimen to which it refers to is treated as a new taxon without description by Costa et al (2007). The one unchecked occurrence for the central Espinhaço range, next to the Serro municipality (Pifano et al 2010) is based on a sterile specimen observed but not collected, making it difficult to verify whether it actually occurs there given the vegetative similarity among rupicolous Vriesea of this group.…”