Considerando o crescimento do interesse pela obra de Carolina Maria de Jesus (1914-1977), assim como por seus manuscritos originais, este artigo tem como objetivo mostrar o trajeto percorrido pelo arquivo literário da escritora e analisar o fenômeno da dispersão em arquivos literários a partir de seu acervo, buscando apontar as possíveis razões que motivaram a fragmentação e a dispersão do arquivo, uma vez que os documentos produzidos pela escritora estão distribuídos em diferentes instituições localizadas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Para tanto, adota-se uma abordagem qualitativa e se utiliza a pesquisa documental. A partir da análise dos dados, constata-se que atuaram como agentes de fragmentação e dispersão do acervo os jornalistas Audálio Dantas e Clélia Pisa, além de Vera Eunice, filha da escritora, e que a dispersão e fragmentação do arquivo literário é mesmo anterior ao falecimento de Carolina Maria de Jesus. Ademais, concluiu-se que a atribuição de significado histórico, testamentário e literário ao arquivo da escritora está intrinsecamente relacionado à sua valorização.