2007
DOI: 10.1590/s1517-106x2007000200003
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Abstract: Dando por perdida a suposta harmonia de sua relação com o espaço social, mostrando-se marginalizada culturalmente, lamentando a subordinação do mistério poético à tecnocracia e à acumulação, à predominância de uma outra visão de linguagem, articulando com isso um discurso da crise, a poesia dá forma a um certo modo de estar no mundo, expresso geração após geração, independentemente da verdade sociológica dessa crise. Não se trata de questionar a dramaticidade dos traumas e rupturas históricos que tiveram lugar… Show more

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“…A questão espacial implicada no princípio da mobilidade suscitado por Compagnon torna o caso de Orfeu especialmente interessante à investigação das implicações entre autoria e representação na modernidade, seja pela visada de uma condição de crise na qual o poeta encena a si próprio como a vítima da limitação que lhe impõe a linguagem e o algoz, que ratifica este dano na sintaxe dilacerada de seus versos (SISCAR, 2007), seja pelo acirramento entre totalidade e fragmento que as relações entre subjetividade e textualidade nela assumem, na medida em que "o texto da modernidade e da pós-modernidade" deslocase "no cruzamento de duas coordenadas", a saber: "o sujeito enquanto se sistematiza/fragmenta no texto e o texto enquanto fragmenta/ sistematiza o sujeito" (EIRAS, 2005, p.46).…”
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“…A questão espacial implicada no princípio da mobilidade suscitado por Compagnon torna o caso de Orfeu especialmente interessante à investigação das implicações entre autoria e representação na modernidade, seja pela visada de uma condição de crise na qual o poeta encena a si próprio como a vítima da limitação que lhe impõe a linguagem e o algoz, que ratifica este dano na sintaxe dilacerada de seus versos (SISCAR, 2007), seja pelo acirramento entre totalidade e fragmento que as relações entre subjetividade e textualidade nela assumem, na medida em que "o texto da modernidade e da pós-modernidade" deslocase "no cruzamento de duas coordenadas", a saber: "o sujeito enquanto se sistematiza/fragmenta no texto e o texto enquanto fragmenta/ sistematiza o sujeito" (EIRAS, 2005, p.46).…”
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“…A singularidade dessa escrita, seu modo de circulação e sua postura diante da tradição literária brasileira fazem com que as respostas a essa pergunta contribuam para a compreensão do discurso da cisma na cena da poesia feita no Brasil, contemporaneamente, considerando esse embaraço a partir da crise que funda a poesia moderna (SISCAR, 2005(SISCAR, , 2007.No contexto do desenvolvimento da sociedade industrial e da racionalidade técnica que a sustenta, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX em diante, a constatação da ausência de condições para a existência da poesia é uma reação à lógica da mercadoria e se configura como tema, situação e dispositivo a partir do qual, contraditoriamente, se realiza essa poesia como forma de resistência: "Constatar o fim dos tempos da poesia é um modo de a poesia realizar o espírito moderno" (SISCAR, 2007, p. 178). Em razão disso, segundo Siscar, mais do que um fato, a constatação dessa ausência é o "programa" a partir do qual a poesia passa a existir na modernidade, contra todas as previsões mais catastróficas sobre seu fim, ainda que isso ocorra a partir da incorporação do sentimento trágico de sua impossibilidade:…”
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“…Nenhum dos dois casos pertence ao diário. São, quando muito, "confissões", o que coloca outra problematização: como falar de confissão em se tratando do autor que sedimentou a "impostura" (Siscar, 2007) na literatura francesa? O ocasional título Journaux intimes vai contra seu próprio funcionamento: sugere um texto puramente autobiográfico, diarístico, enquanto é possível pensar Mon coeur mis à nu como algo que não foge completamente (ao contrário, complexifica-os) dos procedimentos mais fortemente identificáveis em Baudelaire: a "despersonalização da lírica moderna" e o apelo à "fantasia" (FRIEDRICH, 1978), a capacidade, enquanto "criador artificioso" (AUERBACH, 2012, p. 326) de "dramatizar a si mesmo" (idem: 310), o fragmentário (COMPAGNON, 2010, p. 29), o prosaico (AUERBACH, 2012, p. 306) e, por último, as sempre muito comentadas "contradições" baudelairianas, que assumem diferentes denominações a depender do autor: Blanchot fala em "irregularidade" (BLANCHOT, 2011, p. 139), Auerbach fala em "sublime sombrio" (AUERBACH, 2012, p.305), Compagnon fala em "ambivalência" e em "indeterminação do sentido" (COMPAGNON, 2010, p. 24-29) e Hamburger fala, em grande parte resumindo a questão, em apenas "contradições" (HAMBURGER, 2007, p. 13…”
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