O capitalismo selvagem e predatório e o Estado repressivo e uniformizador caracterizaram o contexto histórico brasileiro após o golpe de 64. Esse cenário, ascende em Haroldo de Campos a necessidade de trazer a produção poética para o agora, para um contemporâneo que não é propriamente um momento pós-moderno, mas antes pós-utópico. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma análise do ensaio Poesia e modernidade: da morte da arte à constelação. O poema pós-utópico, de Haroldo de Campos, relacionando-o com o livro Os filhos do barro, de Octávio Paz, o texto Sobre o conceito de história, de Walter Benjamin, e o livro O princípio esperança de Ernst Bloch, de modo a compreender e detalhar os conceitos da poesia pós-utópica. Por fim, esta caraterização visa identificar e ilustrar os traços pós-utópicos expressos na produção poética de Campos, mais especificamente nos poemas o anjo esquerdo da história e dialética do agora – 2, que compõem o livro Crisantempo: no espaço curvo nasce um.