Este artigo teve por objetivo analisar as experiências vivenciadas por licenciandos em matemática na interface com o dispositivo formativo da residência pedagógica durante a pandemia. Para tanto, mobilizamos algumas ferramentas conceituais propostas por Foucault. Optamos pela análise documental de um corpus constituído de portarias, editais e relatórios de estágio que nos deram indícios sobre quais linhas de força do dispositivo são reforçadas com a implementação do programa em tempos de pandemia. Diante disso, tomamos como referência duas unidades de análise: a) a fratura no planejamento e a constituição do sujeito estudante-residente; b) o sujeito da experiência e a construção do conceito matemático. De maneira geral, os modos de resistência operacionalizados atravessaram os dispositivos colocando em linhas de força sentidos, direções, que constituíram os estudantes-residentes. Os resultados indicam que esses sujeitos se transformam a si mesmos, o que implica deslocamentos e mudanças.