ResumoOs sistemas ofi ciais de classifi cação e diagnóstico em psicopatologia apresentam limitações relacionadas à extensa heterogeneidade clínica e ao signifi cado dos padrões de comorbidade diagnóstica. A fi m de superá-las, pesquisadores têm defendido uma estrutura dimensional para as psicopatologias mais prevalentes baseada em dois fatores latentes de internalização e externalização. O presente artigo visa avaliar a validade do Modelo Estrutural de Internalização e Externalização, tendo como norte a superação das referidas limitações e sua utilidade clínica. Revisão não sistemática da literatura nas bases Scielo e PubMed. Foram selecionados artigos empíricos e teóricos que avaliavam a pertinência do modelo. Foram excluídos estudos de replicação ou que avaliam o modelo em amostras infantis. A busca de literatura resultou em um total de 536 artigos, dos quais foram mantidos 44. Esse conteúdo foi organizado em três linhas de pesquisa: estudos epidemiológicos-estruturais, psicobiológicos e psicométricos. O Modelo Estrutural de Internalização e Externalização apresenta indicadores que dão sustentabilidade aos seus pressupostos teóricos. O modelo é capaz explicar a comorbidade diagnóstica e, parcialmente, heterogeneidade clínica. Entretanto, não apresenta instrumental clínico normatizado para a operacionalização dos construtos e não há estudos com amostras clínicas graves.
Palavras-chave:Internalização, externalização, DSM, nosologia psiquiátrica, psicometria.
Internalizing and Externalizing Structural Model: Emergency, Validity and Clinical Utility AbstractThe offi cial systems of classifi cation and diagnosis of psychopathology have limitations related to the extensive clinical heterogeneity and the meaning of patterns of diagnostic comorbidity. To overcome them, researchers have argued for a dimensional structure to the most prevalent psychopathology based 1 Endereço para correspondência: