A depressão na esquizofrenia

Abstract

IntroduçãoEmbora o diagnóstico da esquizofrenia esteja baseado nos sintomas positivos e negativos, os sintomas depressivos são bastante freqüentes e têm grande importância para os pacientes. As descrições clássicas da esquizofrenia de Kraeplin e Bleuler já enfatizavam a importância dos sintomas depressivos na evolução da doença.1 Como os sintomas depressivos não tinham utilidade para a classificação diagnóstica, o estudo desses foi por um longo tempo relegado a um segundo plano. Nas décadas de 60 e 70, com a disseminação de conceitos psicanalíticos na prática psiquiátrica, houve um interesse pelos sintomas depressivos que ocorrem no período que segue a remissão do episódio psicótico agudo. Esses quadros foram denominados de depressão pós-psicótica e eram considerados um sinal de bom prognóstico, bem como uma fase favorável para o trabalho psicoterapêutico.2 O quadro de depressão pós-psicótica tornou-se bastante conhecido e teve grande influência nas classificações diagnósticas vigentes.Com a introdução dos instrumentos padronizados na psiquiatria, foram encontradas taxas expressivas de depressão em todas as fases da esquizofrenia. Com isso, modificaram-se alguns conceitos associados ao quadro de depressão pós-psicótica, como a noção de que os sintomas depressivos são um fenômeno restrito ao período pós-psicótico, associado a bom prognóstico. Sintomas depressivos no curso da esquizofreniaAnálises fatoriais conduzidas em grandes amostras têm considerado a depressão uma das dimensões da esquizofrenia, ao lado dos sintomas positivos e negativos.3 Os sintomas depressivos ocorrem em todas as fases da doença, especialmente no período prodrômico, 60% 4 , e durante o episódio psicótico, 75%. 5Eles tendem a diminuir de intensidade com o abrandamento dos sintomas positivos, sendo notados no período pós-psicótico -2% a 15 %. 5,6 Os sintomas depressivos também ocorrem em pacientes estáveis, e as taxas de ocorrência são bem superiores às da população normal. 7 A freqüência de episódios depressivos em pacientes esquizofrênicos estáveis é bastante alta, variando entre 16,5% em estudos transversais 1 e 65% em estudos de seguimento de 3 anos. (Figura)Depressão e prognóstico Estudos longitudinais têm considerado a depressão como um indicador de prognóstico desfavorável, associando-a à pior resposta a medicações e ao pior desempenho social, 9 maiores taxas de recaída e hospitalizações mais longas.8 A depressão tem sido associada a uma pior qualidade de vida, 10 prejuízo de funções cognitivas 11 e suicídio. Aproximadamente 10% dos pacientes com esquizofrenia cometem suicídio, e em mais de 60% desses pacientes o suicídio está associado a sintomas depressivos. 12 Quadros depressivos na esquizofreniaPara se fazer diagnóstico de depressão em pacientes com esquizofrenia é necessário estar atento e investigar ativamente o humor do paciente. Os sintomas depressivos podem ser facilmente confundidos com sintomas negativos ou sintomas extrapiramidais induzidos pelos antipsicóticos. Na esquizofrenia, os sintomas depressivos de maior especifici...

Adaptação cultural, validade e confiabilidade da versão brasileira do Inventário de Habilidades de Vida Independente: versão do paciente (ILSS-BR/P), na esquizofrenia

“…This has to do with disease-related damages caused especially in areas associated with learning, self-care, work, inter-personal relationships and independent living skills 24 . Calgary scale results showed a significant relationship with the overall score, personal hygiene and leisure; it also revealed that patients with depressive symptoms had poorer performances, especially when it came to performing socially, carrying out everyday tasks and using cognitive functions 25 .Positive correlations among most ILSS-BR/P items and the GAF scale show that the more patients function overall, the better they perform everyday activities 3,6,10 . Significant positive results were also found when correlating WHOQOL and Rosemberg measurements with the ILSS-BR/P, indicating a strong relationship between independent living skills and self-esteem and quality of life 26,27 .…”

A psicoterapia interpessoal na depressão em pacientes com esquizofrenia: proposta de um modelo terapêutico a partir de três casos clínicos

“…Approximately 25% of these patients present depressive symptoms during the course of the disease. 1,2 The presence of such symptoms is related to longer hospital stays, negative response to medication, lowering of social performance, chronic progression of disease, higher relapse and suicidal rates. 1 Treatment of depression in patients with schizophrenia depends on the severity and characteristics of their clinical symptoms.…”

“…1,2 The presence of such symptoms is related to longer hospital stays, negative response to medication, lowering of social performance, chronic progression of disease, higher relapse and suicidal rates. 1 Treatment of depression in patients with schizophrenia depends on the severity and characteristics of their clinical symptoms. Strategies such as reducing or increasing the dose of antipsychotic medication or even changing medication are recommended.…”

“…Other resources that can be used in these cases are the introduction of antidepressants, hospital admission and multidisplinary support. [1][2][3] Psychotherapy, on its turn, should be considered both in the treatment of comorbid and isolated depression. 4 The interpersonal psychotherapy (IPT) has been employed in the treatment of depression since the mid 1970's.…”

“…4 The interpersonal psychotherapy (IPT) has been employed in the treatment of depression since the mid 1970's. [5][6][7][8][9][10][11] It is a focused and time-limited psychotherapy, which has been systematically appraised in randomized controlled clinical trials and in systematic reviews and meta-analysis studies. 12 Over the last years, the IPT has been tested and used as a treatment to other psychiatric disorders, such as bipolar disorder, bulimia, anxiety disorders and in special situations such as: depression in the elderly, adolescents, and puerperal period, or depression secondary to chronic diseases such as AIDS, among other indications.…”