ResumoBuscamos, neste artigo, investigar como a escola vem sofrendo os efeitos da contemporaneidade no que se refere ao declínio das figuras de autoridade. Esta investigação se deu por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas com professores que lecionam nas séries do ensino fundamental I de uma escola do interior de Minas Gerais. As principais questões colocadas pelos professores foram as dificuldades em assumir o papel de autoridade, o currículo escolar defasado, a necessidade de um professor apoio/recuperador, a função apaziguadora do diagnóstico do aluno "problema" e a participação das famílias no processo educativo. Ao considerarmos tais questões pela perspectiva psicanalítica, o relato de professores que se sentem desautorizados evidenciao não saber fazer diante do mal-estar da atualidade, revelando, assim, a posição daquele que não se inscreve e poderá não se inscrever frente à inconsistência da autoridade. Sabemos que no campo psicanalítico transmite-se um saber fazer frente ao que não se sabe, ao que escapa ao sujeito. Desse modo, a proposta de interlocução da psicanálise e da educação não se dá pela via da restauração da autoridade pelo autoritarismo, muito próprio à educação tradicional, mas pelo exercício de uma função que visa preservar a hiância própria ao impossível do campo da educação.Palavras-chave: psicanálise; escola; contemporaneidade.
Abstract
In this article, we sought to investigate how the school has been suffering the effects of contemporaneity with regard to the decline of authority figures. This research was done through semi-structured interviews, carried out with teachers who work in the elementary school grades of a school in the interior of Minas Gerais. The main questions posed by the teachers were the difficulties in assuming the role of authority, the lagged school curriculum, the need for a support/regenerator teacher, the calming function of the diagnosis of the problem