“…Em seu percurso de adaptações, a teoria macroeconômica passou por vários ajustes teóricos. Entre as principais formulações desse percurso podem ser identificadas as seguintes: 1) a construção da chamada "síntese neoclássica" de Paul Samuelson, em que a reafirmação da tendência ao equilíbrio se faz mediante argumentos que admitem o desequilíbrio apenas no curto prazo (PEARCE; HOOVER, 1995); 2) a ascendência do monetarismo de Milton Friedman, que atacou a política de estímulos à demanda agregada para superar desequilíbrios de curto prazo e resultou na defesa da existência de uma "taxa natural de desemprego" (DE VROEY; MALGRANGE, 2016, p. 377); 3) a elaboração dos modelos econométricos de larga escala, envolvendo o uso de centenas de equações e de computadores para processamento de enormes quantidade de dados (DE VROEY;MALGRANGE, 2016, p. 374;HOOVER, 2009, p. 416); 4) a chamada "revolução das expectativas racionais" promovida pelos "novos clássicos" (DE VROEY;MALGRANGE, 2016, p. 378-380;HOOVER, 2009, p. 422-423;MORGAN, 2003, p. 294-295); 5) a elaboração dos modelos de "ciclos reais de negócios" (MAGALHÃES, 2005); até alcançar 6) os mais recentes "modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral" (GERLACH, 2017). Restou apenas aos autores conhecidos como "póskeynesianos"e aos economistas de orientação "desenvolvimentista" (FERRARI FILHO, 1991, p. 344-345) o propósito de teorizar sobre a incerteza, o tempo histórico e o papel das instituições financeiras como pressupostos de políticas elaboradas para promover a integração funcional de preferências sociais antagônicas.…”