É consenso entre os pesquisadores nacionais e internacionais da área de demografia que pouco se saberia sobre o comportamento reprodutivo se não existissem os inquéritos sobre saúde sexual e reprodutiva, como as Demographic Health Survey (DHS) e, no caso do Brasil, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. Em muitos países, essas pesquisas e outras semelhantes são a principal fonte de informação para um conhecimento mais aprofundado acerca do planejamento da fecundidade, das condições de saúde e do comportamento sexual e reprodutivo. No Brasil, esse cenário não é diferente e as pesquisas sobre demografia e saúde são, indubitavelmente, essenciais para traçar um perfil das mulheres em idade fértil e de seus filhos, caracterizando a transição da fecundidade, especialmente a partir de aspectos relacionados a ela, tais como uso e tipo de métodos contraceptivos, saúde materna, preferências e intenções reprodutivas e relações de gênero. Nesse sentido, esta nota de pesquisa propõe identificar e classificar parte do que os estudiosos do assunto vêm pesquisando sobre a temática da fecundidade brasileira ao longo de quase três décadas de realização destes inquéritos. Dada a necessidade da realização de uma quarta edição da pesquisa em 2016 no Brasil, espera-se, com este trabalho, * A ideia inicial desse texto surgiu durante reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Fecundidade e Comportamento Sexual e Reprodutivo da Abep, na ocasião do XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em São Pedro-SP em novembro de 2014. As autoras agradecem as sugestões fornecidas pela doutoranda Gabriela Bonifácio (Cedeplar, UFMG), pela pesquisadora Joice Vieira (Nepo/Unicamp) e pela editora da Revista. Também agradecem a colaboração dos pesquisadores Richard Moreira (Face/UFMG) e Holly Straut (University of North Carolina) pela localização de artigos completos publicados em periódicos.