Rede de pesquisadores de finanças no Brasil: um mundo pequeno feito por poucos

Abstract

O estudo do papel das redes de colaboração na produção de conhecimento é um aspecto relevante, tendo atraído a atenção de uma parcela substancial de pesquisadores e formadores de políticas públicas ao redor do mundo. Este trabalho objetiva analisar as propriedades estruturais das redes de relações entre os pesquisadores na área de Finanças no Brasil. Com base em dados pertencentes a 532 artigos, produzidos por 806 pesquisadores, entre 2003 e 2012, os principais resultados alcançados por meio de Análise de Redes Sociais sugerem que: (a) o ambiente brasileiro possui características estruturais que indicam a existência de Small Worlds; (b) uma pequena parcela (~3%) dos pesquisadores apresenta produção com regularidade; (c) quanto maior a centralidade dos pesquisadores na rede, maior a quantidade de artigos por eles publicados.

Análise de dez anos da produção acadêmica divulgada nos estudos científicos publicados no congresso ANPCONT

“…Já a centralidade é empregada frequentemente e envolve características relacionadas à importância ou visibilidade de um ator em uma rede social (Cruz et al, 2011), podendo ser classificada em centralidade de grau (degree), centralidade de intermediação (betweeness) e centralidade de proximidade (closeness) (Bordin, Gonçalves & Todesco, 2014). Dentre essas proxies, as mais habitualmente utilizadas são a centralidade de grau e a centralidade de intermediação (Mendes-da- Silva, Onusic & Giglio, 2013). Aquela é alcançada a partir do número de amarrações diretas que um ator possui e a esta considera se um ator assume, ou não, atitude de intermediador na rede (Cruz et al, 2011).…”

Comportamento e Particularidades da Produção Acadêmica do Tema “Contabilidade Gerencial” Divulgada na Base de Dados do ISI WEB of Science Core Collection de 1985 a 2014

“…Desse modo, quanto mais próxi-mo de zero, menos conectada é a rede social. Porém, quanto mais próximo de um, mais conectados serão os atores de uma rede social (Mendes-da- Silva, Onusic & Giglio, 2013). E a centralidade é ponderada como um indicador que calcula a acuidade da localidade de um ator em relação aos outros atores da rede, ou seja, em outras palavras, a quantidade de vinculações que este ator tem com os outros atores (Wasserman & Faust, 1994).…”

“…Ou seja, poucos pesquisadores publicam muito e muitos pesquisadores publicam pouco (Souza & Ribeiro, 2013), o que pode ser visualizado na Figura 4. Em outras palavras, 99,55% das interações ativas possíveis existentes nesse grupo de atores ainda não são efetivamente realizadas, o que compromete substancialmente o potencial de difusão da informação entre esses atores da rede (Guimarães et al, 2009), o que equivale a uma rede social que se caracteriza por laços fracos, impactando na centralidade de grau (Mendes-da- Silva, Onusic & Giglio, 2013).…”

Infometria nas Bases Web of Science e Scopus: Governança Corporativa, Informação e Tecnologia da Informação; Precificação de Ações e Riscos de Mercado

“…Para Fellet (2016), as pesquisas em finanças no Brasil têm se desenvolvido muito nos últimos anos, mas ainda estão aquém daquelas realizadas em países mais avançados. Dentre as razões para isso destacam-se a insuficiência e a baixa disponibilidade de dados, e o reduzido número de pesquisadores em finanças no país (Mendes-da- Silva et al, 2013). Dessa forma, observam-se limitações que tornam o assunto com amplo espaço para pesquisa no Brasil e no mundo (Fellet, 2016).…”