Racionalidade e política no processo decisório: estudo sobre orçamento em uma organização estatal

Abstract

O presente artigo tem o objetivo de descrever o modo como atuaram fatores de racionalidade formal e fatores políticos em processo decisório de orçamento em uma grande organização estatal brasileira. Para isso, realizou-se estudo de caso em que o mesmo processo foi analisado sob diferentes perspectivas, tendo por referência teórica os modelos racional, organizacional e político de Allison. Os procedimentos metodológicos empregados são de natureza descritivo-qualitativa; os dados, coletados de diferentes fontes - entrevistas, observações diretas e documentos - foram submetidos à análise de conteúdo do tipo categorial temática. Os resultados evidenciam um processo complexo, em que racionalidade e política atuaram e influenciaram decisões e o próprio processo seguido. Constata-se que o orçamento, mesmo sendo uma tecnologia idealizada sob pressupostos racionais instrumentais e utilizada para imprimir um comportamento mecanicista aos processos organizacionais, possui também dimensão política. Esta se manifesta na medida em que as situações de decisão se configuram em arenas em que indivíduos e grupos interagem sob diferentes interesses e visões acerca de um mesmo problema.

Processo decisório e impacto na gestão de políticas públicas: desafios de um Conselho Municipal de Saúde

“…Desse modo, considerando-se sua dimensão polí-tica, a tomada de decisão é influenciada por objetivos particulares, seja de pessoas ou de grupos, "com interesses divergentes, que se associam em torno de uma oportunidade" (Morgan apud Bin;Castor, 2007, p. 38 …”

The Strategic Decision-Making as a Complex Adaptive System: A Conceptual Scientific Model

“…This process is especially important in companies when it comes to determining strategies to achieve long-term goals [3][4][5][6][7]. In environments of uncertainty, it is increasingly difficult to make strategic decisions because (i) there are no precedents to follow; (ii) most of the time decisions are not structured; (iii) they compromise significant resources; (iv) they require a high level of commitment; and (v) they affect operational aspects [3,5,8].…”

“…To Mintzberg and Quinn [9], Bin and Castor [3], Engle [10], and Diga [11], companies are not only instruments for the production of goods and services, but also political systems that seek to increase their own power. These political systems can be more or less democratic, depending on the profile of the agents involved in making decisions.…”

“…According to Bin and Castor [3], Nooraie [5], Alam [13], Ahmed et al [7], and Diga [11], the decision-making agents are exposed to a set of internal and external pressures. In the daily life of companies, decision-making agents need 2 Complexity to manage conflicting perceptions and interests, eliminate antagonistic positions and disputes for resources and information, transforming organizational goals into collective goals, and seek to satisfy the stakeholders.…”

“…Bin and Castor [3], Barros [12], Stephenson [14], Engle [10], Alam [13], and Diga [11] highlight that companies are political systems in which the agents involved in strategic decisions-making have partly conflicting goals and limited cognitive capacity. Therefore, strategic decision-making is best described by a combination of paradigms of limited rationality and organizational politics.…”