O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo

Abstract

Em seus três primeiros capítulos a autora contextualiza os conceitos da economia de serviços a partir da visão tradicional e neo-schumpeteriana, conceitua e classifica as atividades de serviços apresentando suas características e funções. A partir deste ponto, trata de questões específicas do setor de serviços no Brasil como a terceirização / terciarização, reestruturação produtiva, economia informal, o papel das franquias e sua relação com o desenvolvimento do setor de serviços (Nota por Marcos Ferreira Santos-PPGADM/UFES).

Madureira e Pelourinho: consumo e representação de comidas típicas em festas populares

“…A simbologia das iabás representa a história cultural do Rio de Janeiro, a tradição da culinária de origem africana hibridizada à brasileira e carioca, a resistência do negro desde o surgimento do subúrbio e o próprio significado do termo iabá, como "rainha", "maternal", concedendo a estas matriarcas, uma "autoridade" que Certeau (1998) confere ao novo uso destes espaços nas práticas cotidianas: "práticas de espaços urbanos, utilização de ritualizações cotidianas, reempregos e funcionamentos da memória através das "autoridades" que possibilitam (ou permitem) as práticas cotidianas, etc." (CERTEAU, 1998, p. 42).…”

“…Neste dia, 19 observam-se novos usos e maneiras de falar, de comer. Para Certeau (1998), um uso (popular) da religião que modifica o funcionamento do cotidiano.…”

Redes Sociais como Fenômeno Cultural: Contribuições Teóricas às Pesquisas sobre Inovação

“…Na antropologia, diversos estudos já colocaram em debate a relação da cultura com as trocas econômicas na sociedade, especificamente na influência das redes tecidas no social como base para esse evento. Estudos sobre o Kula (Malinowski, 1975), as noções de escassez e abundância (Sahlins, 2003), de riqueza e pobreza (Douglas;Ishewoord, 2007), o potlach (Mauss, 2003), a dádiva (Mauss, 2003), mercado de Sefreu (Geertz, 1978), discutiram, por meio de diferentes abordagens, como a economia é engradada na dinâmica cultural, e reflete aspectos das relações sociais.…”

Pague Menos, Leve Mais: o mito da qualidade de vida no balcão da maior rede de farmácias do Brasil

“…A partir daí cresceu a importância das marcas, até o período pós-guerra, quando passou, desde então, a experimentar períodos de retração e expansão (SEMPRINI, 2010) Desse modo, a dinâmica atual do mercado baseia-se no consumo simbólico, supera a antiga lógica utilitarista de produção e venda e oferece conceitos atraentes de estilos de vida que aferem tanto ao produto como ao consumidor uma consistente identidade social que aparece inserida no universo dos significados (FEATHERSTONE, 1995;SLATER, 2002). É desse modo que um objeto torna-se, à lente de uma teoria da vida social, credenciado para circular como um marcador de conjuntos particulares de papéis sociais (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2009).…”

“…Desse modo, os bens de consumo herdaram a qualidade de comunicar categorias culturais e valores sociais: como marcadores de conjuntos particulares de papéis sociais, tornam tangíveis categorias de cultura. Essa condição denota uma reconstrução em seu caráter utilitário (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2009). Entre correntes de pensamento como a Teoria da Cultura de Consumo, esse argumento tem sido fortalecido (ARNOULD; THOMPSON, 2005), justificando investigar a cultura como uma dimensão competente, capaz de fornecer o alicerce necessário ao entendimento das marcas em seu contexto, cientes de que esse apoio perpassa pelas dimensões cultural, histórica e política (SCHROEDER, 2009).…”