“…Deste modo, a alucinação como patologia existencial auxilia a subverter a concepção clássica e cartesiana do ego, apontando para a comunhão pré-reflexiva entre o sujeito e o mundo, para este saber originário sobre aquele e este, este indeterminado e sem controle (Mantovani, 2009;Zanoni & Serbena, 2011). A patologia ou doença se apresenta então como um modo diverso de ser no mundo, onde existe dificuldade em lidar com este indeterminado e aonde as fronteiras entre eu, mundo e outro tornam-se tênues e confusas, implicando em uma "indistinção entre a voz própria e do outro ou confusão alucinatória" (Vieira & Furlan, 2011, p. 140).…”