Psicanálise e antropologia: diálogos possíveis

Abstract

A partir de uma experiência concreta de pesquisa, este texto propõe um diálogo entre psicanálise e antropologia, particularmente no que se refere às relações entre pesquisador e pesquisado no trabalho etnográfico: na coleta, na análise e na interpretação dos dados. Essas relações foram pensadas com base na noção de transferência, o que evidenciou a possibilidade do diálogo, tanto no plano analítico quanto metodológico, entre disciplinas que pensam a realidade mediada pela linguagem.

Percepção dos estudantes de medicina sobre eutanásia, ortotanásia e distanásia

“…A medicina atual visa a cura da doença, rotulando as enfermidades como adversárias constantes, geradoras dos sentimentos negativos, e visualizando os métodos curativos apenas como forma de afastar o paciente da morte (Azeredo et al, 2011;Siqueira Perboni et al, 2018). Isto pode ocasionar a distanásia, uma infração ética grave associada a um tratamento fútil, denominado por Sigmund Freud como furor curandis do médico e que foi duramente criticado pelo fanatismo que pode associar-se às causas desta violação (Barbieri & Sarti, 2011;Neves, 2020). Posto isto, percebemos com a análise dos resultados obtidos que o fato de saber corretamente o que é distanásia, evita que aprovem sua realização, já que 86% deste grupo não concordam que seja realizada.…”