Não basta gerar, tem que participar?: um estudo sobre a ausência paterna

Abstract

O presente estudo buscou conhecer, por meio de uma abordagem qualitativa, quais as possíveis razões para a ausência paterna na vida dos filhos após o rompimento conjugal. Para tanto, foram entrevistados pais que participaram do serviço de mediação familiar e tiveram acordo homologado judicialmente em um Núcleo de Práticas Judiciárias Gratuitas. A pesquisa foi realizada utilizando a técnica de entrevistas semidirigidas de questões abertas, e os resultados analisados por meio da análise de conteúdo temática. Os pais relataram terem se sentido vítimas de um golpe - o golpe da barriga - que teve por objetivo mantêlos em um relacionamento em vias de dissolução. Assim, apresentaram dificuldades em estabelecer um vínculo afetivo com esse filho, visto que amá-lo seria assumir a efetividade de tal golpe. Ademais, foram identificadas semelhanças na história familiar dos participantes que envolviam a paternidade, as quais, por não terem sido problematizadas, não se tornaram objeto de reflexão, o que levou à repetição. Por fim, entende-se que o estudo aponta a importância do cuidado com relação aos efeitos da dissolução conjugal no que tange ao exercício dos papéis parentais, em especial, à paternidade.

A paternidade na contemporaneidade: uma revisão integrativa

“…Há também a teoria de gerações, pois alguns dizem terem sido abandonados por seus pais ou até mesmo sofrido repreensão dentro do lar e acabam fazendo o mesmo com o filho. No desenvolver do texto o autor mostra como a sociedade entende o conceito da família, e que a cada época a interação do pai com o filho vem se modificando e tornando-se necessária para a sua criação (Cúnico & Arpini, 2014).…”

A (nova) relação pai-filhos: uma revisão integrativa da literatura nacional entre 2000 e 2019

“…Por sua vez, correlações positivas foram encontradas entre práticas paternas negativas e os problemas externalizantes dos filhos (Freitas & Alvarenga, 2016 A respeito das vivências referentes à separação conjugal, os relatos dos pais indicaram o desejo de manter com os filhos uma relação de proximidade e afeto, apesar do distanciamento gerado pelo desenlace matrimonial (Souza, Smeha, & Arend, 2012). Interações conflitantes com a mãe das crianças mostraram-se desvantajosas para a relação pai e filho (Warpechowski & Mosmann, 2012), apontando para dificuldades em estabelecer um vínculo afetivo entre eles devido aos efeitos da dissolução conjugal (Cúnico, Arpini, & Cantele, 2013;Cúnico & Arpini, 2014).…”

Significados de paternidade em famílias monoparentais femininas

“…Por outro lado, é notável que o modelo predominante ainda é aquele que atribui ao pai exclusivamente as funções tradicionais de prover materialmente a família (Oliveira & Silva, 2011). Esta afirmação se mostra particularmente evidente nos casos em que após a separação do casal, o pai tende a se afastar do convívio dos filhos limitando a sua participação ao pagamento da pensão alimentícia (Cúnico & Arpini, 2014;Ramos, 2003).…”