Harry Potter e o sujeito da pós-modernidade

Abstract

O presente artigo, uma reflexão crítica sobre o sujeito da contemporaneidade a partir de um de seus produtos - a literatura, especificamente a saga de Harry Potter - parte de quatro premissas básicas ligadas à teoria psicanalítica. As duas primeiras ligam-se aos estudos de Bruno Bettelheim acerca dos contos de fadas, e mostram as possibilidades de identificação do sujeito com as histórias infantis bem como a necessidade e pertinência do acesso à fantasia no mundo anímico da criança. A terceira toma de empréstimo a uma analista junguiana - Marie Louise von Franz - a noção de que as histórias podem funcionar como compensação de algo que está faltando aos sujeitos ou a uma época. A quarta premissa traz a marca da releitura freudiana feita por Jacques Lacan acerca da carência paterna no mundo contemporâneo, que se manifesta - entre outras possibilidades - na dissolução de traços nítidos de demarcação entre gerações e no afrouxamento do ato educativo. Procuramos questionar, neste artigo, partindo desses pressupostos, como a saga de Harry Potter pode sustentar novos traços identitários a partir de novas condições de subjetivação.

Histórias da Bíblia Hebraica e as crianças: uma Análise ao Livro de Ester a partir da metodologia De Bruno Bettelheim

“…Para tornar tangível essa volta a sentidos antigos e inerentes à realidade humana que se percebe na comunidade global contemporânea, pode-se observar um retorno ao "reino encantado" (ROSA, 2008). Seja no cinema, com lançamentos e relançamentos repaginados de clássicas histórias antigas -como a série Descendentes; ou claras cópias de clássicos míticos e suas relações com os variados super-heróis atuais (NOGUEIRA; LOPES; TAVARES, 2012), o que temos é um retorno às narrativas que parecem comunicar, às gerações, valores, princípios, imaginário, sentido, busca, significado, e por que não, alívio.…”