Estratégias de produção de si e a humanização no SUS

Abstract

O artigo visa a problematizar a relação entre as estratégias de produção de si e a Política Nacional de Humanização como um dos princípios do SUS no campo da saúde pública, assim como busca refletir a condição de existência da Humanização no campo da saúde coletiva. Para tanto, discutem-se as maneiras como essa política articula produções discursivas sobre o modo de subjetivação do indivíduo, os mecanismos de controle que intentam forjar modos que transcendem uma condição humana. Para produzir tal discussão, utiliza-se uma abordagem fundamentada em teóricos contemporâneos, principalmente os conceitos foucaultianos de tecnologias de si e modos de subjetivação, que entendem o discurso de forma a enaltecer não o que significa um conceito, mas sim, o que se produz a partir deste.

Percepção de pacientes idosos quanto í humanização da assistência de enfermagem em uma emergência hospitalar

“…atendimento de boa qualidade, mas revelando-se deficiências na interação interpessoal em determinadas situações, o que também foi verificada em pesquisas que tratam da humanização em saúde. Nestas pesquisas é ressaltada a necessidade de buscar formas efetivas para humanizar a prática em saúde baseada na integralidade da assistência, na equidade, na justiça, na tolerância e no melhor e contínuo preparo profissional [1][2][3][5][6][7][8][9][15][16][17][18].…”

“…Também, ter em meta a humanização no âmbito de estabelecer uma relação empática, de respeito aos sentimentos, temores, crenças e a fragilidade da pessoa atendida. Para tanto, basta saber dirigir palavras de conforto, acolhimento, segurança, estabelecendo diálogos que permita ao doente manifestar-se [8,[15][16][17][18].…”

“…A equipe de enfermagem atende de forma humanizada ao idoso quando, além de prestar adequadamente os cuidados prescritos, também se preocupa em cuidar, o que fica revelado na atenção, no toque, no olhar direcionado, na escuta atenta e interessada, por mais breve que seja. Deve-se lembrar que a internação em unidade de emergência já atemoriza pela complexidade do ambiente, agravando--se no caso de idosos que via de regra apresentam co-morbidades relacionadas à idade e condições sociais [10,7,8,[13][14][15][16][17][18].…”

“…As condições laborais em unidades de emergência são fontes geradoras de estresse, pelo ritmo excessivo de trabalho, ansiedade e esforço físico, o que se reproduz em comunicação impessoal e mecanizada, limitando o profissional de enfermagem ao cumprimento do papel técnico, negligenciando-se aspectos éticos e humanísticos, fato mostrado em várias pesquisas que apontam a unidade de emergência hospitalar como local com maior parcela de erros em saúde, atribuídos à negligência, imprudência e imperícia [2,[6][7][8][9][10][11][12][13][14][15].…”

Educação para a promoção da saúde no contexto da atenção primária

“…Entende-se por multicausalidade a compreensão do processo de saúde e doença a partir de aspectos múltiplos: biológicos, sociais, mentais, físicos, culturais e espirituais (10); por intersetorialidade, a articulação dos diferentes setores que, com seus saberes específicos, buscam encontrar um denominador comum para questões complexas, ligadas à promoção da saúde e à melhoria da qualidade de vida (10); e, por sustentabilidade, a garantia de um processo duradouro e forte das práticas e a criação de iniciativas que estejam de acordo com a promoção da qualidade de vida, geração de renda e equidade (11). Por sua vez, o autocuidado é entendido como a ação responsável e autônoma que o indivíduo exerce sobre si mesmo para preservar uma boa qualidade de vida (12,13); a autonomia, como a capacidade do sujeito de escolher entre as alternativas que lhe são apresentadas e de definir o que fazer para autogovernar sua vida (14,15); e a participação social, como o envolvimento dos atores na definição de prioridades, decisões, implementação e avaliação das ações (16), de modo a promover o empoderamento coletivo. Os métodos dialógicos pressupõem o confronto entre diferentes saberes e a ação dos sujeitos sobre o objeto na busca da reconstrução desse conhecimento (17,18).…”