As relações de gênero e as percepções dos/das motoristas no âmbito do sistema de trânsito

Abstract

Este artigo teve o propósito de estudar não só as relações de gênero no âmbito do sistema de trânsito, pesquisando como a mulher motorista e o homem motorista percebem e compreendem a si mesmo e ao outro sexo, bem como o de investigar as representações sociais existentes. Participaram da pesquisa 84 motoristas, com faixa etária de 18 a 60 anos de idade, sendo 42 do sexo feminino e 42 do sexo masculino. A coleta dos dados foi realizada através de contatos com homens e mulheres em universidades, locais de trabalho e em domicílio, na cidade do Recife, por meio de uma entrevista com duas perguntas e um questionário constituído por quatro questões abertas que, posteriormente, foram reunidas e organizadas segundo os dados obtidos. Inicialmente, foram levantadas e registradas todas as respostas obtidas para cada questão, sendo que cada uma constituiu uma temática de análise. A seguir, foi realizada uma nova leitura do material. Buscava-se aquilo que era essencial em cada resposta. Verificou-se a natureza das categorias emergentes e sua freqüência em cada tema. Cabe salientar que uma resposta possuía mais de uma categoria, por isso, o número de respostas não corresponde ao número de sujeitos. Concluímos que: (a) os papéis culturais influíram na percepção que o/a motorista possui de si mesma/o e a respeito da pessoa do outro sexo; (b) observou-se, também, diferença marcante de gênero na maneira como as pessoas encaram as relações no trânsito.

Mortalidade por acidentes de transporte de trânsito em adolescentes e jovens, Brasil, 1996-2015: cumpriremos o ODS 3.6?

“…Investigating perceptions about drivers, in Recife, in 2005, Almeida et al 14 identified that female drivers tend to perceive themselves and to be perceived by men as prudent, attentive and cautious, with a tendency to obey traffic rules, practicing a more defensive direction, with a greater vision of danger and causing fewer accidents. On the other hand, they are also seen as slow, insecure and dangerous drivers.…”

“…Such policies must take into account the social relationships that involve this reality: urban mobility patterns that privilege individual transportation; road network with conservation problems; social hierarchization of streets and traffic 10 ; traffic as an assertion of power and gender bias 14 ; labor market whose tele-delivery and transportation sector employs black and brown young people with little schooling, but subject them to death risks [23][24][25] ; worker health and corpo- rate/market accountability for prevention 21 ; and pre-hospital care to RTA victims 31 . Thus, such policies must have intersectoral characteristics, articulating at least protective measures for transit workers; expansion and focus of worker health programs for this audience; intense and constant preventive and educational actions about alcohol and drugs use while driving; programs to fight against gender discrimination; actions to regulate vehicle advertising that exalt aggressive driver behavior; a national road and highway quality policy; and mobilization of civil society for a change in the way people behave in traffic.…”

Avaliação e intervenção para o medo e fobia de dirigir: revisão da literatura

“…Segundo Almeida et al (2005), não é possível se estudar o trânsito sem discutir questões de gênero, escolaridade e o nível socioeconômico. No que se refere ao gênero, por exemplo, os autores afirmam que existem diferenças nos papéis sociais de homens e mulheres motoristas e em suas relações com o trânsito.…”

Acidentes Automobilísticos no Brasil em 2017: estudo ecológico dos anos de vida perdidos por incapacidade

“…Apesar disso, os dados do presente estudo sinalizam que os homens estão vivendo menos anos com incapacidades do que as mulheres, o que pode ser explicado pelos estereótipos e valores no trânsito presentes no imaginário popular, de que homens são imprudentes e ameaçadores para o trânsito, porém mais seguros ao volante. O fato de as mulheres serem vistas como prudentes, obedientes e cautelosas pode explicar porque elas vivem mais anos com incapacidade por seus acidentes, que tendem a ter menor gravidade 19, 25 .…”