Programas de saúde materno-infantil em Moçambique: marcos evolutivos e a inserção da enfermagem

Abstract

Pesquisa centrada nas políticas públicas do governo moçambicano para o setor da saúde, com foco voltado para programas de assistência à saúde materno-infantil. Tem o propósito de apresentar contextos básicos para a reflexão sobre a filosofia da implantação e implementação dos programas e a inserção da Enfermagem, mostrando seus marcos evolutivos. Constatou-se que, na década 70, o Sistema Nacional de Saúde adotou o Programa de Proteção Materno-Infantil, que na década de 80 ficou concebido como Programa de Saúde Materno-Infantil e, posteriormente, na década 90, ficou inserido no Programa Nacional Integrado de Saúde Materno-Infantil e Planejamento Familiar, Programa Alargado de Vacinação, Saúde Escolar e do Adolescente, incluindo Saúde Sexual e Reprodutiva. A inserção da Enfermagem foi evidenciada na implementação das ações assistenciais. Os marcos evolutivos foram: a introdução dos cursos específicos de Enfermagem em saúde materno-infantil do nível básico ao superior e abrangência dos serviços do Programa Nacional Integrado.

Educação popular como instrumento participativo para a prevenção do câncer ginecológico: percepção de mulheres

“…Esse fato tem relação direta com os papéis sociais que são atribuí-dos às mulheres em nossa sociedade, sendo que estas se voltam sempre para o aspecto biológico da procriação, tendo os próprios programas de saúde de atenção à mulher, relação com esta perspectiva (17).…”

Qualidade da assistência pré-natal em Nampula, Moçambique

“…Dentro do Sistema Nacional de Saúde de Moçambique, a assistência prénatal de baixo risco é realizada pelas enfermeiras de saúde materno-infantil, hierarquizadas por três níveis principais: enfermeira de nível básico, que tem um ano e meio de formação (equivalente à formação de auxiliar de enfermagem no Brasil); enfermeira de nível médio, com dois anos e meio de formação (equivalente à formação em técnico de enfermagem); e enfermeira de nível superior de saúde materna, com a formação superior de quatro anos de Enfermagem, focada em Saúde Materna. Essa última é alocada nos hospitais de níveis terciário, quaternário e alguns secundários com capacidade cirúrgica, já que é treinada em cirurgia obstétrica (Lourenço;Tyrrell, 2009; Ministério da Saúde, 2010b). Na maioria das vezes, o pré-natal é realizado pelas enfermeiras dos níveis básico e médio; a enfermeira do nível básico atende 21,0% das consultas de pré-natal e a enfermeira média atende cerca de 68,0% (Ministério da Saúde, 2018; Pereira et al, 2007 A escolha desses postos administrativos ocorre pelo fato de que as parteiras tradicionais são colaboradoras do projeto Comunidade Alerta para um Hospital de Prontidão (CAHP) e do programa de extensão universitária chamado "Um Estudante, uma Família" (1E1F), ambos pertencentes à FSC-UniLúrio.…”

“…Cabe a esse grupo de profissionais de enfermagem garantir a assistência à saúde da mulher conforme o preconizado pelo Programa de Saúde Materno-Infantil, atuando em: a) consulta pré-natal (fazer assistência do pré-natal de baixo risco); b) admissão de parturientes e acompanhamento da evolução do trabalho de parto; c) fazer assistência ao parto e puerpério; d) fazer consulta de pós-parto e de planejamento familiar; e) imunização da gestante e criança; f) consulta de puericultura (desenvolvimento e controle de estado nutricional da criança); e, g) triagem de consulta de pediatria. (Lourenço;Tyrrell, 2009) Enfermeiras de Saúde Materno Infantil -Nível Médio A Enfermeira de Saúde Materno Infantil de Nível Médio trabalha em todas Unidades Sanitárias do país, em todos os níveis, desde os Centros de Saúde Rurais tipo II aos Hospitais Centrais, com exceção dos Hospitais Psiquiátricos, prestando cuidados na área de saúde materno infantil. Ela é responsável pela sua prática aplicando conhecimento e habilidades nos cuidados para a mulher, para as crianças e para as famílias.…”

Validação do Questionário CAP - \"Conhecimento atitudes e práticas\" em gestantes expostas a agrotóxicos no Estado do Paraná

“…Outros países também enfrentam desafios semelhantes, como é o caso da África Austral, que além das barreiras socioeconômicas e culturais, a mulher ainda é figura subalterna ao marido, e depende dele a decisão da procura médica ou não. Após a Conferência Mundial sobre a Mulher em Beijing-China, em setembro de 1995, o governo implementou diversos projetos de cursos de curta e/ou longa duração voltados a formação educacional da mulher e incentivo ao trabalho, e autovalorização feminina (LOURENCO;TYRRELL, 2009).…”