Esse trabalho foca estudar e analisar as consequências da tentativa de implementar, via Sistema Único de Saúde - SUS, o protocolo de saúde mental DC-10 na população indígena. Nesse caso, esse estudo, baseado numa pesquisa qualitativa com metodologia de pesquisa ação/participação/intercultural, foi e está sendo realizado na Reserva Indígena de Dourados - RID, e conta com a participação dos jovens e das lideranças jovens da Ação dos Jovens Indígenas – AJI, a qual atua como uma escola não formal dentro da RID. A necessidade de apresentar a percepção dos/as jovens indígenas sobre o sofrimento que carregam não se resume numa interpretação biomédica, mas sim, efeito dos traumas que sofreram e sofrem que se pode nomear de colonial, post traumatic cultural illness. Seja qual for o nome, são jovens que carregam um sofrimento silenciado e que não pode ser reduzido à visão hegemônica biomédica, o que leva à necessidade de avaliar em que medida essa visão lhes acrescenta experiências traumáticas. Essa discussão se pauta numa visão interdisciplinar e polifônica baseada na fenomenologia e, por isso, constitui-se num pensar/fazer.