Educação em saúde da pessoa idosa em discursos e práticas: atividade física como sinônimo de saúde

Abstract

Neste artigo apresentamos uma discussão acerca da educação e promoção em saúde da pessoa idosa com base em estudo empírico de cunho qualitativo, que teve por objetivo analisar os modos como os discursos são produzidos no âmbito político e como são subjetivados. Obtivemos os dados a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com idosos(as) e profissionais diretamente envolvidos na implementação das políticas públicas de saúde voltadas à população idosa. Após breve discussão das diretrizes preconizadas por tais políticas, apresentamos os resultados, os quais evidenciam que os profissionais significam a atividade física como principal estratégia para a promoção de uma "velhice saudável" e que os discursos dos idosos reproduzem, em grande medida, essas construções. A noção foucaultiana de biopoder e algumas noções advindas dos estudos culturais nos ajudaram a entender como os indivíduos são subjetivados em relação ao que é preconizado como modo saudável de viver.

Educação em saúde no contexto da Saúde da Família na perspectiva do usuário

“…As práticas educativas devem se constituir em instrumentos para a compreensão do processo saúde-doença como um fenômeno entremeado, também, por questões políticas, sociais e econômicas, que devem transpor as dimensões individuais, além de assumirem uma postura ativa do cuidado com a saúde (Fernandes, Siqueira, 2010;Renovato, Bagnato, 2010).…”

Educação, Saúde E Velhice: Articulações Prevalentes Em Periódicos

“…Durante tais "campanhas", a população é conclamada a caminhar, alimentar-se de forma "balanceada", vacinar-se, fazer atividade física, enfim responsabiliza-se pelo quanto de saúde ele(a) obterá, ficando o sistema político com a função apenas de deflagrar tais "movimentos". Assim, "educar em saúde" passa a significar dar informação, alertar para algumas questões (Fernandes, 2010).…”

“…no Brasil há cerca de 40 anos, o envelhecimento da população brasileira pode ser ainda considerado um fenômeno novo e, como tal traz em seu bojo consideráveis e importantes desafios e demandas (Fernandes, 2010).…”

Academia Popular da Pessoa Idosa (APPI)

“…A partir do reconhecimento de que deve haver um amparo à população idosa, atualmente é comum verificar, nas cidades, programas denominados de Academias Populares ao ar livre, Academias da Terceira Idade ou Academias Populares para Pessoas Idosas (APPI). 1 Tendo em vista a relevância que tem recebido, tanto por parte do Poder Público como da população em geral, esse tipo de programa passou a fazer parte, recentemente, do interesse de distintos profissionais vinculados a pesquisas, aumentando a produção sobre a temática (BENEDETTI et al, 2012; RECHIA et al, 2012;FERNANDES;SIQUEIRA, 2010;PRADO et al, 2010; ESTEVES et al, 2010; ESTEVES et al 2012).…”

“…Vinnicius Camargo Laurindo, Ivan Marcelo Gomes e Felipe Quintão de Almeida Licere, Belo Horizonte, v.20, n.2, jun/2017 Academia Popular da Pessoa Idosa (APPI) 252A partir do reconhecimento de que deve haver um amparo à população idosa, atualmente é comum verificar, nas cidades, programas denominados de Academias Populares ao ar livre, Academias da Terceira Idade ou Academias Populares para Pessoas Idosas (APPI). 1 Tendo em vista a relevância que tem recebido, tanto por parte do Poder Público como da população em geral, esse tipo de programa passou a fazer parte, recentemente, do interesse de distintos profissionais vinculados a pesquisas, aumentando a produção sobre a temática (BENEDETTI et al, 2012; RECHIA et al, 2012;FERNANDES;SIQUEIRA, 2010;PRADO et al, 2010; ESTEVES et al, 2010; ESTEVES et al 2012).A APPI é um projeto de origem chinesa, adaptado à população brasileira e é composta por agrupamento de dez equipamentos para a prática de exercícios físicos, instalados ao ar livre, tendo como função alongar, fortalecer, desenvolver a musculatura em geral e trabalhar a capacidade aeróbica, constituindo-se como uma maneira de trabalhar diferentes capacidades físicas (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2010), ou seja, como forma de exercitar as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento. Cada aparelho dispõe de uma placa que indica que os equipamentos não são recomendados para crianças.…”