Variáveis da primeira fase da integração universitária e mudança de curso

Abstract

Estudou-se a relação entre variáveis académicas e psicossociais da primeira fase da integração universitária (escolha e colocação num curso) e a Mudança de Curso (MC). As análises bivariadas dos dados de uma amostra de conveniência de 375 estudantes do primeiro ano mostraram que mudaram mais frequentemente de curso aqueles que: tinham Notas de Candidatura (NC) ao Ensino Superior mais baixas; frequentavam cursos ligados a Recursos Tecnológicos (RT); e, atribuíam menor importância aos Determinantes Intrínsecos (DI) na escolha de curso (competências e interesses). Para operacionalizar esta última variável recorreu-se à Escala de Determinantes da Escolha de Curso (EDEC). Entretanto, as variáveis atrás referidas, bem como as outras duas dimensões da EDEC (Agentes Mediadores e Estrutura Ocupacional), também discriminavam os estudantes de acordo com Género. Presume-se, então, que o Género se relaciona indirectamente com a MC, através da interveniência das variáveis NC, Área de Estudos e DI.

Áreas da política de assistência estudantil: relação com desempenho acadêmico, permanência e desenvolvimento psicossocial de universitários

“…Por outro lado, os estudos das últimas décadas sobre a permanência / evasão no ensino superior proporcionaram muitos avanços na compreensão do fenômeno (ALMEIDA; SOA-RES; FERREIRA, 2000;BARDAGI, 2007;CORREIA et al, 2003;DINIZ;ALMEIDA, 2007;FEITOSA, 2001;MAGALHÃES;REDIVO, 1998;POLYDORO et al, 2005; entre outros). Lobo e Silva Filho e colaboradores (2007), no entanto, afirmam que as universidades, em sua maioria, não investem em programas voltados ao combate da evasão e ao seu acompanhamento; institucionalmente, a tendência dos estudos sobre evasão é orientar-se pelo dimensionamento ou quantificação do fenômeno, sem uma investigação mais aprofundada dos aspectos psicossociais e contextuais implicados.…”

Dificuldades de alunos ingressantes na universidade pública: alguns indicadores para reflexões sobre a docência universitária

“…Neste A constatação de que no primeiro ano os alunos evadem mais do que nos demais foi apontada como um dos indicadores que levaram a chamar a atenção de diversos pesquisadores, dentre os quais destacamos: Tinto (1987, 1993), Bean (1979, 1980, Cabrera (1990), Ezcurra (2005,2007,2009), Tavares (2004), Almeida (1998Almeida ( , 2006, Diniz (2007), que têm buscado compreender as dificuldades de transição da educação básica para a superior. Na USP foi constatado o mesmo fenômeno por Oliveira e Sousa: "Em termos gerais, a evasão para o conjunto da universidade, para os anos considerados [1995][1996][1997][1998] Com relação à afiliação intelectual, afirma, "esta começa a nascer em torno do final do primeiro semestre, nunca será finalizada, ela estará continuamente recomeçando e sendo confirmada", enquanto a afiliação institucional "é adquirida de forma mais definitiva."…”

“…público comum que, com raras exceções, não consegue formar adequadamente seus alunos nem em conteúdos nem em atitudes frente às necessidades de estudo, como: saber organizar o tempo, saber estudar, saber aprender, saber preparar-se para uma prova, saber estabelecer relações entre as aprendizagens realizadas.As dificuldades percebidas pelos sujeitos se aproximam das encontradas em estudos realizados em outros países como Portugal (DINIZ;ALMEIDA, 2007;BESSA;TAVARES, 2004; SANTOS, 2006) e Argentina (EZCURRA, 2005, 2007, 2009), por exemplo, sinalizando a necessidade de se considerar novos perfis de alunos na reflexão sobre e na prática docente universitária. O que não significa propor um ensino de menor qualidade ou específico para estes alunos, contrariamente, deve-se levar em conta as diferenças entre os alunos para garantir a boa qualidade do ensino sem que estes alunos sejam excluídos por meio da evasão ou por conseguirem uma formação que não se coadune com o compromisso da universidade de formar profissionais reflexivos.…”