Rejeitar ou priorizar a vida? Ambiguidades da biopolítica da aids no Uruguai

Reihling, Hanspeter

doi:10.1590/s1413-81232010000700024

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“…Poor, black, and HIVinfected women become deprived of possibilities since the protection mechanisms used by the dominant groups in society are not available to them. However, these lives are not eliminated in clearly observable acts, but their survival is rendered unsustainable, and the State, in its governance mechanisms, is the entity that lets them die (Agamben, 2004;Reihling, 2010).…”

Section: The Production Of Naked Livesmentioning

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“…Although letting women with HIV/AIDS die is not a deliberate act of power, biopolitical actions operate through mechanisms of coercion and control related to subtle practices that require the participation of women themselves (Reihling, 2010). Even if their lives are reduced to "naked lives," forms of intervention need not necessarily occur through direct interventions.…”

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“…This situation can be made invisible by the neutrality discourse of the clinical and biomedical model, which is not concerned with the desires and social, psychological, and affective needs of women (Reihling, 2010). On many occasions, due to the precariousness of their lives, they do not consider AIDS as a problem and do not realize the limitations of the care practices offered by the service.…”

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Vidas nuas: mulheres com HIV/aids em situação de violência de gênero

2020

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Resumo Em sociedades patriarcais de países periféricos, as mulheres sofrem os efeitos da exclusão social e de gênero, que as expõe à aquisição do HIV e que permanecem após o adoecimento. O objetivo deste estudo foi explorar as experiências de violência de gênero na trajetória de mulheres que vivem com HIV. É um estudo qualitativo em que foram entrevistadas 61 mulheres vítimas de violência de gênero cadastradas em um Serviço Especializado em HIV/aids de um município do interior do Rio Grande do Sul. Foi realizada análise crítica do discurso das narrativas produzidas por essas mulheres. Todas as entrevistadas relataram ter sofrido violações de direitos ao longo da vida, devido a processos históricos de exclusão, limitações no acesso à escola, ao trabalho, a serviços de saúde e à segurança. Nos serviços de saúde, o cuidado prestado pauta-se no modelo médico biopolítico capaz de postergar a morte, mas não de atendê-las com integralidade. Denominamos as trajetórias dessas mulheres de vidas nuas, conceito do filósofo Giorgio Agamben, tendo em vista que são consideradas desvalorizadas e supérfluas na sociedade, marcadas pelas violências e pelo HIV.

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